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'Colocar uma gorda como mulher sexy é representativo', diz Ju Romano, gordinha que posou para a 'Playboy'

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Juliana Romano, 27, é "uma gordinha de cílios longos e pernas curtas", como gosta de se definir. Afeita à moda e a estúdios fotográficos (já posou nua para a "Elle"), ela se surpreendeu quando recebeu da "Playboy" o convite para fazer um ensaio sensual, que chega às bancas nesta terça (25). 

Quando pensou em recusar a proposta, levou um puxão de orelha de uma amiga. "Ela disse que o 'não' não condizia com a minha militância. Serei a primeira gorda a posar para a 'Playboy'."

Ju, como é conhecida, mantém um blog de moda plus size, já lançou uma coleção de vestidos para festas e adora posar de biquíni. A blogueira, que veste tamanho 50, diz se sentir uma referência para jovens. "Talvez se tivesse visto mais meninas gordas em contextos comuns, não apenas em situações estereotipadas, eu teria lidado bem melhor com o meu corpo."

Na adolescência, ela chegou a vestir manequim 38. O peso era mantido com dietas desequilibradas e bulimia, consequências, na sua opinião, de uma infância de pressão: "Sempre fui a mais gorda do balé, do vôlei, da escola. Viver em uma sociedade que enxerga a gordura como crime faz com que você cresça se achando errada".

Posar para a revista a colocou num campo minado. De um lado, recebe críticas por se dizer feminista e colaborar com uma publicação que por anos esteve associada à exploração de corpos femininos. De outro, sente-se na obrigação de ampliar seu discurso de que toda mulher, gorda ou magra, deve se sentir bonita.

"Colocar uma gorda como uma mulher sexy é, sim, representativo. Não dá para eu me fechar em uma bolha de feminismo e achar que o mundo vai se transformar sozinho", afirma. Para ela, "quanto maior for o número de mulheres fora dos padrões, negras ou gays que ocuparem esses espaços, mais inclusiva será a sociedade".

Ju fala que o ensaio não tem qualquer conteúdo "machista". "Objetificação é quando você tenta enquadrar a mulher com o único objetivo de agradar o homem. Quando você põe uma garota para fazer careta, ser ela mesma, estamos falando de representatividade."




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