Se o fim da nudez na páginas da edição americana da “Playboy” entristeceu velhos fãs da revista, nenhum tem tanto o que reclamar quanto Cooper Hefner, 24, filho do fundador Hugh Hefner, 89.

Criado na famosa mansão do pai, ele também entrou para os negócios da família, atuando como embaixador da marca nos Estados Unidos e fora do país. Ocasionalmente, frequentava reuniões do conselho deliberativo, como observador.

A relação amargou na gestão de Scott Flanders, atual diretor-executivo da empresa. Em entrevista ao site “Business Insider”, Hefner falou sobre o futuro da companhia e suas rusgas com o atual chefe.

“Me pediram para deixar de ir às reuniões, porque eu não concordava com a visão que [Scott Flanders] tem da empresa”, disse. “Chega um momento em que você ou cede e diz ‘ok, deixarei isso acontecer’, ou tenta fazer algo a respeito. Estou tentando fazer algo a respeito.”

Hefner contou ter estado presente na reunião em que foi decidido banir a nudez das páginas da “Playboy”, em outubro do ano passado. “Não concordei. Sentia que a nova geração não vê a nudez como problema, mas o jeito que ela é mostrada.”

Para ele, a decisão trai a própria história da revista fundada por seu pai, que ajudou a fomentar a revolução sexual. “Retirar esse aspecto faz várias pessoas, eu entre elas, a questionar o que está sendo feito.”

Entre as mudanças, ele mostrou especial desgosto pelo desejo de vender a mansão da “Playboy”, avaliada em US$ 200 milhões, como forma de financiar a revista.

“É especialmente difícil para mim falar sobre vender a mansão. Ela é um dos edifícios mais famosos do mundo, realmente representa a marca, e tirar esse bem da empresa é devastador”, declarou.