Você viu?

Nova York já tem 900 hortas urbanas comunitárias e pequenas fazendas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Depois de trabalhar mais de 15 anos com projetos de desenvolvimento social, Alejandra Martin, 44, mexicana radicada nos EUA há 32 anos, decidiu tirar um ano sabático para se dedicar à agricultura urbana. Ela viveu em vários lugares do mundo por causa de seu trabalho, mas usou o cultivo de alimentos para criar raízes em um lugar: San Francisco, na Califórnia.

Fez dois cursos sobre o tema e hoje atua como voluntária em uma horta comunitária. Também faz parte de um grupo que debate as políticas de agricultura urbana na cidade em que mora.

Alejandra é parte de um movimento crescente em metrópoles americanas, impulsionado pela preocupação com um estilo de vida mais saudável em cidades como Nova York e San Francisco.

"As pessoas estão mais preocupadas com a origem de sua comida, mas há também outro movimento, social, pelo qual muitas organizações estão utilizando a agricultura como meio de se conectar com a juventude e diminuir os índices de criminalidade", diz Alejandra.

Um estudo da organização Design Trust for Public Space, focada em projetos para o espaço público, aponta que em 2013 havia 900 pequenas fazendas e hortas na cidade de Nova York, cultivando alimentos e criando pequenos animais, como galinhas e abelhas. O número representa um aumento de 28% sobre os dados de 2012.

A tendência é que esses espaços, construídos em locais como jardins de escolas, coberturas de prédios e terrenos vazios, continuem crescendo, segundo Susan Chin, diretora da organização.

"Há novas iniciativas de conectar essas hortas a supermercados locais. Ligar a fonte da comida à distribuição. As crianças estão tão envolvidas que não parecem que moram na cidade", disse.

Apesar do espaço limitado em San Francisco, Alejandra afirma que o movimento ainda tem como se ampliar.

A cidade não tem cultivos em coberturas de prédios, o que pode ajudar na expansão. "Nas hortas públicas que temos, há uma lista de espera para que as pessoas tenham acesso a seu próprio espaço de cultivo", diz.

É A ECONOMIA

Governos locais também estão interessados na onda de agricultura urbana. Em Nova York, a prefeitura criou um programa para ensinar como fazer compostagem.

Na Califórnia, uma lei estadual dá descontos em impostos a donos de terrenos não utilizados que transformem esses espaços em hortas comunitárias.

"Economicamente é muito bom para a comunidade. As pessoas aqui têm dificuldade de pagar o aluguel, e damos a oportunidade para que cultivem a própria comida", diz Raymond Figueroa-Reyes, diretor da horta comunitária Friends of Brook Park, no South Bronx (NY), o distrito mais pobre dos EUA.

Além de ceder o espaço aos vizinhos, o jardim leva estudantes de escolas públicas para aprender a trabalhar na horta. Há também um acordo com autoridades locais para que jovens que cometem delitos leves prestem serviços no local.

O projeto East New York Farms, no Brooklyn, tem um programa de estágio que treina, anualmente, 33 jovens durante nove meses.

"O curso é sobre cultivo, mas também queremos desenvolver habilidades de trabalho e de atuação na comunidade", diz David Vigil, diretor do projeto.

O East New York Farmers gerencia duas fazendas que, juntas, produzem quase quatro toneladas por ano de alimentos, vendidos para ajudar a manter o projeto.

"Houve grande crescimento na procura pelo que vendemos e percebemos um aumento do interesse pelo cultivo de produtos saudáveis."

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias