Televisão

Em 'Éramos Seis', Luciana Braga diz que Zulmira é mulher do seu tempo que não quer ser mal vista

Atriz, que deu vida a Isabel na adaptação de 1994, agora volta como rival da mocinha

Zulmira (Luciana Braga)

Zulmira (Luciana Braga) Joao Miguel Jr./Globo

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São Paulo

"Isabel volta para tirar satisfação com Isabel." A frase é de Luciana Braga, 57, ao comentar a sua entrada em "Éramos Seis" (Globo). Em 1994, na adaptação da novela feita pelo SBT, a atriz deu vida à filha de Lola e Júlio —na época, vividos por Irene Ravache e Othon Bastos. Agora, ela retoma como Zulmira, justamente a rival da mocinha. 

"Ela é a dona encrenca", diz Braga. Na história, apesar de seu casamento com Felício (Paulo Rocha) já ter acabado, Zulmira se recusa a dar o desquite para o marido, que está apaixonado por Isabel (Giullia Buscacio). 

A atriz afirma que a personagem é uma mulher do seu tempo. O problema da separação, na visão dela, não tem nada a ver com amor, mas com o que representava ser uma mulher desquitada nos anos 1930. "Era uma mancha social. E é interessante porque isso só recai na mulher. O homem desquitado não leva essa mancha. É muito atual a gente pensar nisso", afirma. 

Embora na dramaturgia Zulmira possa ser considerada uma vilã, a atriz diz que busca um olhar humano ao interpretá-la até porque "Éramos Seis" é uma novela realista e sensível, na opinião de Braga. "Eu prefiro entender que ela faz isso para se defender, porque apesar de o seu casamento não ser verdadeiro, ela tem muito medo de ser mal vista pela sociedade, e vai fazer de tudo para que esse casamento não acabe", diz. 

"Cada vez mais eu chego à conclusão de que o problema do mundo é o medo. Estão todos com medo. No caso da Zulmira, ela tem medo de perder esse lugar da mulher casada", completa.

Longe da Globo há mais de dez anos —a sua última produção na emissora tinha sido na novela "Negócio da China" (2008-2009)— Braga afirma que se sente homenageada por retomar em uma novela que faz parte da sua história.

"Quando eu soube da remontagem fiquei super comovida, e agora com esse convite, o coraçãozinho bateu forte, porque estou exatamente no mesmo núcleo que eu fiz", diz ela, que tem trocado figurinhas com a atriz Giulia Buscacio, a atual intérprete de Isabel.

"A Isabel é uma mulher muito interessante, muito moderna, mas sem perder a doçura. Ela não é uma mulher de embates, ela é uma jovem de firmeza, que conquista as coisas dela com doçura", diz.

Curiosamente, a sua filha caçula se chama Isabel. Mas ela fala que o nome nada teve a ver com a personagem que fez em 1994. "Foi, na verdade, uma escolha do meu marido [Maneco Quinderé], mas sempre achei um nome lindo ", conta. 

Nos 11 anos longe da Globo, Braga fez uma série de novelas na Record até 2016. Em 2018, ela participou da série "Detetives do Prédio Azul", do Gloob, como a bruxa Marga. Aproveitou também para voltar a cursar faculdade de artes cênicas.

"Voltei a estudar e é a coisa mais legal do mundo. Tive encontros incríveis com cabeças maravilhosas, em que falamos sobre arte, cultura, sobre esse momento todo que estamos vivendo no Brasil, pensar o nosso trabalho. É um privilégio."

No momento, ela concilia as gravações de "Éramos Seis" com o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que deve entregar até março. "Mas está tudo em um ritmo bom."

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