Televisão

'Bom Sucesso' termina com morte de Alberto, e audiência surpreende até mesmo os autores

Trama de Paulo Halm e Rosane Svartman tem maior audiência das 19h desde 2012

Alberto (Antonio Fagundes) e Paloma (Grazi Massafera) na quadra da escola de samba Unidos do Bom Sucesso

Alberto (Antonio Fagundes) e Paloma (Grazi Massafera) na quadra da escola de samba Unidos do Bom Sucesso Paulo Belote/Globo

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São Paulo

Escrita por Paulo Halm e Rosane Svartman, “Bom Sucesso” (Globo) termina nesta sexta-feira (24) com ótimos índices de audiência, que surpreendeu até mesmo os autores da trama. "Estamos muito satisfeitos, pois sentimos que a novela dialogou com a sociedade e se debruçou sobre temas sobre os quais as pessoas querem conversar", diz Halm.

"A audiência também nos surpreendeu. É difícil escrever apenas com o intuito de agradar a audiência ou a crítica, então buscamos escrever sobre temas que achamos importantes e de forma apaixonada", completa.

Dados do Kantar Ibope mostram que a trama das 19h da Globo chega à reta final com a maior audiência para essa faixa de horário desde 2012. Em alguns dias, sobretudo em dezembro, o folhetim superou "Amor de Mãe", principal novela da emissora exibida após o Jornal Nacional. 

Com 24 semanas completas no ar, a trama registra média parcial de 29 pontos em São Paulo (cada ponto equivale a cerca de 73 mil domicílios). Perguntados se "Bom Sucesso" poderia ser exibida às 21h na TV, os autores preferem ser mais cautelosos. "Não achamos, cada horário tem a sua característica. São dramaturgias, temáticas e abordagens diferentes", diz  Svartman.

Uma das cenas mais aguardadas dessa reta final foi exibida nesta quarta-feira (22) quando Alberto (Antonio Fagundes) deixa o hospital para acompanhar Paloma (Grazi Massafera) no desfile da Unidos do Bom Sucesso no Carnaval. 

As cenas foram gravadas durante os desfiles ainda em 2019, e o desfecho deve ser a morte do dono da Editora Prado Monteiro. "A novela fala sobre a importância de viver com a consciência de que nossos dias são finitos e únicos. É sobre saber valorizar, de forma intensa, as pequenas coisas do cotidiano”, afirma Halm.

"Bom Sucesso" teve muitos destaques individuais, com destaca para Antonio Fagundes, Grazi Massafera, Fabíula Nascimento e o vilão Diogo, interpretado por Amando Babaioff. "Num elenco com tantos talentos, com atores e atrizes tão formidáveis, é difícil destacar um ou outro nome. Mas foi uma honra e um privilégio ver a Paloma vivida intensa e apaixonadamente pela Grazi Massafera. Babaioff transformou um personagem repulsivo e asqueroso como o Diogo em pura diversão. Impossível desgrudar os olhos dele”, diz Halm.

O autor também elogia artistas da nova geração. "Entre os novos talentos que a novela revelou, e foram muitos, nos surpreendemos demasiadamente com Valentina Vieira [Sofia], uma gigante em cena. Tem a delicadeza de Bruna Inocêncio [Alice], o carisma imenso de Giovanna Coimbra [Gabriela] e a potência incrível de Lucas Leto [Waguinho]."

TRAMA TRATOU FÃS COM RESPEITO 

Especialistas em televisão afirmam que "Bom Sucesso" termina de forma marcante e significativa. Para eles, a trama já marcou seu nome na história da dramaturgia por tratar de forma leve e inteligente dois assuntos incomuns: morte e literatura.

"Ao contrário de algumas novelas rasas, o texto de ‘Bom Sucesso’ é inteligente e trata o público com respeito. Em tempos de polarização política em que a educação está tão desvalorizada, assistir a textos literários em um produto de massa é verdadeiramente um privilégio", diz o pesquisador Dirceu Lemos.

Para ele, a novela foi marcante ao fazer críticas a situações políticas atuais de maneira sutil e delicada. O ponto negativo, diz Lemos, foi que algumas histórias se estenderam mais do que deveriam, como a chegada do pai de Gabriela (Giovanna Coimbra).

“A trama principal da personagem Paloma reforça o estilo de narrativa que foi desenvolvido a partir dos anos de 1970 por Janete Clair, que envolvia o público com suas histórias romanceadas de fácil compreensão. Não tem como entediar o público”, afirma Claudino Mayer, ao destacar as atuações de Armando Babaioff, Grazi Massafera e a leveza com que Fagundes levou a trama da doença que o acometia desde o primeiro capítulo.

Outro ponto positivo do folhetim de Paulo Halm e Rosane Svartman, diz Mayer, foi destacar mais de 15 personagens negros sem cair nos estereótipos tão comum de outras novelas.

MORTE DE ALBERTO

Atenção! O texto a seguir contém spoiler! Se não quiser saber, pare por aqui.

Alberto (Antonio Fagundes) morrerá no último episódio. A passagem dele, porém, será bonita e memorável. Após sambar na Sapucaí e realizar seu último sonho em vida, ele voltará para casa e se sentirá mal.

A morte dele ocorrerá no lugar de que mais gosta, em sua biblioteca, após se despedir dos familiares. Já Diogo (Armando Babaioff) não deve morrer, mas, sim, o personagem deve sofrer na pele as consequências de todas as maldades praticadas na trama –matou, ateou fogo, sequestrou e até estuprou.

Paloma (Grazi Massafera) e Marcos (Romulo Estrela) vão terminar juntos e felizes, com os filhos, assim como Nana (Fabiula Nascimento), que tanto sofreu na história. 

"Acho que Nana amadureceu bastante. Entendeu seu lugar e sua importância. Se fez mais presente na vida da filha, entendeu as necessidades do pai em relação à Paloma, aceitou a leveza e o prazer de amar alguém verdadeiramente. Um belo caminho”, diz Fabiula.

Para a atriz, a mensagem que a personagem deixa é a de que o amor próprio é essencial. “E que as adversidades da vida podem nos transformar em rochas”, conclui.

Para Grazi Massafera, a personagem Paloma a reconectou com a sua essência simples. Ela também começou a novela querendo homenagear a mãe dela, que assim como a mocinha na trama também é costureira. "Saio com o dever cumprido. Minha mãe ficou super orgulhosa de mim. Estou feliz com o resultado de todos."

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