Televisão

No ar em 'A Dona do Pedaço', Rosane Gofman diz que público pede nova surra em Josiane

Atriz diz que novela trouxe mais visibilidade para seu monólogo sobre homofobia

Rosane Gofman interpreta Ellen na novela "A Dona do Pedaço", da Globo
Rosane Gofman interpreta Ellen na novela "A Dona do Pedaço", da Globo - Estevam Avellar/Globo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Parece que o público realmente não pensa em perdoar as maldades que Josiane (Agatha Moreira) cometeu em “A Dona do Pedaço”, novela das 21h da Globo. E sobra até para quem não tem nada a ver com as atitudes da vilã. 

No ar como a empregada Ellen na trama de Walcyr Carrasco, a atriz Rosane Gofman, 61, afirma que as pessoas pedem que sua personagem dê uma nova surra na megera, que já apanhou da mãe no início da trama. “A personagem dela é muito má e isso incomoda o público."

Atualmente, Ellen trabalha como empregada da família de Rock (Caio Castro)  na antiga mansão de Maria da Paz (Juliana Paes). Gofman acredita, porém, que sua personagem em algum momento voltará a ser funcionária da boleira.​ "Ellen era mais feliz quando morava com Maria da Paz (risos). Elas eram muito amigas. Mas a Terra é redonda, né? Pode girar e fazer com que tudo volte a ser como antes. As duas são muito parceiras”, afirma a atriz.

Recentemente, Gofman esteve no ar em outro grande sucesso: a reprise de "Por Amor" (1997), que foi exibida no Vale a Pena Ver de Novo até o dia 11 de outubro. A novela de Manoel Carlos teve a maior média da faixa nos últimos dez anos. No folhetim, ela deu vida à governanta Tadinha.

"Ela tem a mesma profissão da Ellen, de 'A Dona do Pedaço', mas a relação dela com a Maria da Paz começa no momento em que Maria ainda é pobre. Elas seguem juntas pela vida e são de fato amigas, diferentemente de Helena (Regina Duarte) e Tadinha, que não têm tanta amizade assim", analisa a atriz.

Gofman aproveita a visibilidade das duas novelas para divulgar seu monólogo sobre homofobia, "Eu Sempre Soube". Tia de um menino homossexual, ela diz: "A gente vê nos gays pessoas muito felizes, alegres, mas existe a história da aceitação e família por trás que é muito dura. A gente conta casos de pais e mães que matam seus filhos por conta da homossexualidade".

A atriz ressalta que a peça foi produzida sem patrocínio e agradece ao autor Aguinaldo Silva por ter ajudado a pagar as contas do espetáculo. "Tivemos um gasto razoável para peça acontecer e para pagar a nossa primeira temporada. Aguinaldo ajudou a pagar tudo aquilo que seriam dívidas no nosso caminho. Foi um grande parceiro. Ele assistiu à peça, entendeu toda a nossa necessidade e a importância do espetáculo. Agora, estamos por conta da bilheteria."

Tal qual Silva,  Gofman também destaca a ajuda de Walcyr Carrasco, que é colaborador da peça porque, diz a atriz, se "ele não me dá esse papel na novela, eu não teria condições de fazer a peça". Ela afirma que o espetáculo “Eu Sempre Soube” é uma missão de vida para ela e o considera fundamental como fonte de esclarecimento sobre questões LGBTQ+.

A atriz afirma que esse é o projeto no qual mergulhou mais fundo desde o início de sua carreira, mais de quatro décadas atrás. "Temos que falar coisas que sejam transformadoras e realmente importantes (...) A minha peça está indo agora para a periferia, porque foi uma exigência que eu fiz. Não tem como falar desse assunto só para os meus amigos aqui da zona sul ou ali no centro da cidade, a gente tem que falar para todo mundo porque as pessoas precisam refletir.”

A falta de patrocínio para projetos culturais, diz Gofman, é uma espécie de censura. Ela afirma que há "histórias absurdas que já estão acontecendo, não apenas do Ministério da Cultura que é uma coisa clara, mas outras coisas veladas que ninguém fala ainda". "É muito grave o que está acontecendo, mas nós sempre fomos resistentes", conclui.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem