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Marcos Veras comemora as piadas sem ofensas, mas diz que o humor está mais patrulhado hoje

Em 'Verão 90', ator diz que se diverte com personagens cômicos

Marcos Veras
Marcos Veras - Instagram/Marcos
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Rio de Janeiro

Se tem uma coisa que nunca vai faltar no Brasil, segundo o ator Marcos Veras, 38, é matéria-prima para fazer humor. Ele afirma, no entanto, que os humoristas são alvo de patrulha e que “criaram-se políticos de estimação” —o que ele considera grave, ingênuo e bobo.
 
“O humor sempre foi patrulhado. Talvez hoje esteja um pouquinho mais. Eu sou da época em que fazer piada com político era uma unanimidade. Hoje não é mais. É uma coisa do tipo: ‘Como assim você está fazendo piada com o ‘meu’ político?’”.

Apesar disso, Veras avalia que houve mudanças positivas e até necessárias na forma de se fazer humor, principalmente nas últimas décadas, refletindo mudanças que ocorreram na sociedade: “Não se faz mais piada pejorativa com gay, com negro, com anão. A gente consegue fazer algo melhor, e vem fazendo."
 
Para ele, esse novo olhar da sociedade levou a programas como Tá no Ar e Zorra, da Globo, e o canal Porta dos Fundos, no YouTube. “A matéria-prima deles é sempre a ironia em relação aos poderosos. Não tem humor em cima do negro, do gay. São exemplos de que é possível fazer humor sem ofender. Só fazendo rir, pensar e provocar.”
 
Após fazer o sério e apaixonado policial Domênico na novela “Pega Pega” (Globo, 2017-2018), Veras voltou ao seu estilo com o cômico Álamo, em “Verão 90”, atual trama das 19h da Globo. “É um playground fazer o Álamo. [O humor] é um negócio que eu gosto e que faz com que o público me reconheça. Como eu fiz muita comédia, ele cria essa memória comigo.”

NA TRAMA

Na atual fase da novela, o personagem está separado da mulher, Madá (Fabiana Karla). Enquanto ele dá asas a sua ambição e faz tudo para ganhar bastante dinheiro com a descolada grife Top Wave, ela segue a vida e acaba se relacionando com Raimundo (Flávio Tolezani).
 
O ator Alexandre David, 50, que vive o personagem Floriano --amigo pessoal de Álamo e gerente da Top Wave--, diz que o personagem de Marcos Veras está “pirando cada vez mais” no quesito ambição. Floriano, neste sentido, é quem tenta oferecer algum equilíbrio ao amigo.

O gerente convive com os sonhos ambiciosos de Álamo e as trapalhadas da relação dele com Madá, em um ambiente às vezes leve e divertido e às vezes dramático e sentimental. “A função do Floriano é meio que a de colocar os pés de Álamo no chão”, diz Alexandre.

Veras dá o seu palpite sobre o futuro do casal: “O Álamo ama a Madá. Mesmo diante dessa crise na relação, mesmo agora ele preferindo o trabalho, o dinheiro e o poder, em algum momento ele vai tentar reconquistá-la.”
 
Fabiana Karla também acredita na volta do casal. Para ela, os dois ainda são muito apaixonados e criaram uma relação sólida, que apenas passa por um momento difícil. “Ela tem saudade daquele cara que gostava de pegar onda, porque ele agora está vendo o capital na frente.”
 
Enquanto isso, Madá acaba se envolvendo com Raimundo (Flávio Tolezani). “O Raimundo chega nesse momento como, talvez, uma pessoa que ela está conhecendo, admirando. É mais uma curiosidade, eu acho. Ele também tem seus encantos. É um cara agradável, forte”, afirma a atriz.

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