Televisão

Sem internet, cidade de 'Sétimo Guardião' guarda mistérios como fonte da juventude e gato mágico

Chegada da tecnologia deve causar reviravolta na metade da trama

Gabriel (Bruno Gagliasso) diz a Luz (Marina Ruy Barbosa) que está se apaixonando por ela em cena da novela 'O Sétimo Guardião'
Gabriel (Bruno Gagliasso) e Luz (Marina Ruy Barbosa) em cena da novela 'O Sétimo Guardião' - Estevam Avellar/Globo/Divulgação
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Fernanda Pereira Neves
São Paulo

Noveleiros de plantão já ouviram falar sobre a cidade de Serro Azul em folhetins de Aguinaldo Silva. Também devem lembrar do prefeito de Greenville, Ypiranga Pitiguary, e da música “Entre a Serpente e a Estrela”, de Zé Ramalho. Tudo isso estará de volta na nova trama da Globo, “O Sétimo Guardião”.

Apesar das referências bastante conhecidas, a cidade fictícia da nova novela das nove trará muito mistério para o telespectador a partir do dia 12. Sem internet ou celular, ela mostrará uma comunidade pacata cercada de segredos que incluem desde um gato mágico até uma fonte da juventude, protegida pelos sete guardiões que dão nome ao folhetim.

Os protetores dessa magia são membros bastante peculiares da sociedade de Serro Azul: o prefeito Eurico (Dan Stulbach), o médico José Aranha (Paulo Rocha), o delegado Joulbert Machado (Milhen Cortaz), a esotérica Milu (Zezé Polessa), a cafetina Ondina (Ana Beatriz Nogueira), o mendigo Feliciano (Leopoldo Pacheco) e o solitário Egídio (Antonio Calloni), o guardião-mor.

O misterioso gato Léon, no entanto, será o responsável por dar o pontapé inicial na trama. Alguns dizem que ele tem poderes, outros que ele se transforma em homem, mas o bicho de estimação de Egídio tem mesmo a função de encontrar o próximo guardião, que deverá substituir seu dono quando esse morrer, o que parece ser a razão para seu misterioso desaparecimento.

Mostrando o retorno de Aguinaldo Silva ao universo mágico de novelas como “Fera Ferida” (Globo, 1993-1994) e “A Indomada” (Globo, 1997), Léon vai movimentar o primeiro capítulo da novela aparecendo misteriosamente na avenida Paulista, em São Paulo, após deixar Serro Azul, que supostamente fica em algum lugar do Nordeste. Na capital paulista, ele vai atrai Gabriel (Bruno Gagliasso) até a cidadezinha.

A partir daí, surge a dúvida sobre o chamado do jovem para se tornar um dos guardiões, além de ser formado o casal central da história, com Gabriel e Luz (Marina Ruy Barbosa), também atraídos um ao outro com uma forcinha do gato Léon.

“Serro Azul é uma bolha, sem internet, sem celular, mas é principalmente uma cidade misteriosa, onde tudo pode acontecer. A gente não tem muita coerência, não existe essa preocupação com o que é possível, tudo pode acontecer em Serro Azul”, afirma Marina Ruy Barbosa.

Alguns possíveis vilões também são levados até Serro Azul, como Laura (Yanna Lavigne), noiva deixada no altar por Gabriel, e Valentina (Lilia Cabral), mãe do jovem, que também já foi deixada no altar no passado, por Egídio, o que a fez deixar a cidade na juventude.

“Laura é uma menina bem criada, bem vivida, de grandes posses, filha única de pai solteiro, o que faz dela uma pessoa mimada, de personalidade forte e determinada. E diante do abandono no altar ela tem uma dor muito grande que a move. Não sei se isso levará ela para a vingança, mas ela joga firme pra ter o Gabriel de volta, que é o objetivo dela”, avalia Yanna.

Já Valentina,  Aguinaldo Silva diz ser uma das personagens feitas como uma crítica para o momento atual do país. A glamourosa empresária não medirá esforços para levar seu filho a um casamento por conveniência. Também entram nessa lista o prefeito Eurico (Dan Stulbach), o grande capitalista; e milionário Olavo (Tony Ramos), que é um empresário ambicioso, além de pai de Laura. 

MENINA ESTRANHA E SUAS PREMONIÇÕES

Entre os vários mistérios encontrados em Serro Azul está a órfã Luz, a personagem de Marina Ruy Barbosa. “É uma menina misteriosa, às vezes até bem estranha, como o próprio avô diz. Ela tem muitos mistérios, muitos suspenses”, descreve a atriz.

Os mistérios da protagonista começam já na sua origem desconhecida. No primeiro capítulo, será mostrado que ela foi encontrada ainda bebê pelo avô, Sóstenes (Marcos Caruso), durante uma tempestade, em uma noite de lua cheia. Para ele, um presente divino.

Além disso, Luz mostra ter sonhos premonitórios e uma ligação especial com o gato Léon. “É como se ele [Léon] se comunicasse com a ela pelo olhar. Luz entende ele e ele acaba guiando o caminho dela, assim como de outros personagens. O encontro dela com Gabriel foi assim”, conta Marina.

Para se acostumar com os três gatos escalados para alternarem no papel de Léon, Marina, que tem quatro gatos adotados em casa, tem convivido com animais da trama desde a época em que gravava “Deus Salve o Rei”, quando eles a visitavam nos bastidores da novela.

Apesar do pouco tempo entre as gravações dos dois folhetins, Marina diz que conseguiu descansar e que não poderia deixar de fazer “O Sétimo Guardião”. “É a minha volta a trabalhar com Aguinaldo e Papinha [Rogério Gomes, diretor artístico da novela]”, justificou ela.“‘Deus Salve o Rei’ surgiu no caminho e foi um presente, uma novela incrível, mas eu já tinha deixado claro que não deixaria de fazer ‘O Sétimo Guardião’. Aguinaldo já tinha dito, logo depois de “Império” que estava fazendo esse personagem pensando em mim”, contou Marina.
 

A LOUCURA DE 20 ANOS EM UM ÚNICO DIA

Antes mesmo da estreia de “O Sétimo Guardião”, o autor, Aguinaldo Silva, já antecipou uma das maiores reviravoltas previstas para a trama: a chegada da internet e dos celulares. “Toda essa revolução que a gente levou 20 anos pra se acostumar, nessa cidade vai chegar em um dia”.

“Você consegue imaginar o que vai acontecer... A cidade vai ser destruída. Toda essa paz e tranquilidade vai acabar. A fúria da internet vai invadir essa cidade e ela vai virar outra coisa. Da metade pro final, a gente vai ter outra novela”, avalia o autor.

A mudança deve ser grande mesmo já que autor e atores avaliam que Serro Azul é do jeito que é justamente por conta de seu isolamento. “Ela é perdida no tempo”, afirma Aguinaldo.

Com a reviravolta, o autor conta que chegou a cogitar um final trágico para a fonte personagem central da novela. Mas ele logo mudou de ideia por achar “muito pessimista”. “Essa fonte é um símbolo da sobrevivência da humanidade, provavelmente vou pensar em outro final, brincou.

*A repórter viajou a convite da Globo

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias