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Jacqueline Sato fala sobre feminismo em 'Orgulho e Paixão': 'É horrível viver com medo'

Atriz interpreta Mariko, uma das poucas mulheres médicas da época

A atriz Jacqueline Sato
A atriz Jacqueline Sato - Pupin&Deleu
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Beatriz Vilanova
São Paulo

Jacqueline Sato, 29, interpreta a personagem Mariko na novela “Orgulho e Paixão” da Globo e conta que, assim como a médica, já sofreu preconceito no trabalho por ser mulher.

“Me identifico bastante com ela por conta da persistência de continuar lutando por uma coisa que acredita. Mesmo naquela época [a novela se passa em 1910], majoritariamente masculina, ela conseguiu conquistar seu espaço. É muito admirável”, contou Sato ao F5.

A atriz disse que, apesar de já ter passado por situações desconfortáveis, acredita que as mulheres em geral sofrem mais do que tudo que ela já vivenciou. “Acho que não sofri tanto quanto outras mulheres já sofreram. Sei que tem pessoas por aí que simplesmente não tem consciência e não veem suas atitudes de uma forma negativa.”

Para ingressar na profissão, Sato começou apresentando o programa "Sessão Super Heróis" da CNT (1999). “Tive de lutar bastante. A profissão de atriz não é fácil: você tem que realmente querer muito, persistir e continuar. São muitos altos e baixos, muitos ‘nãos’ para alguns ‘sim’”. 

Sato também falou sobre o feminismo em "Orgulho em Paixão", e diz que se considera parte do movimento que luta pelos direitos iguais entre homens e mulheres. “É uma novela de época, e é legal olhar para trás e ver o quanto a gente já conquistou e evoluiu. Só conseguimos trabalhar, votar e ter muitos dos direitos que temos hoje porque muitas mulheres já lutaram. E a gente continua lutando.”

Segundo ela, os homens também tem tomado consciência e entrado na luta pelas oportunidades iguais e mais segurança às mulheres. “É horrível viver com medo”, diz.

“Nós temos a mesma capacidade. O homem e a mulher estudam, fazem faculdade, o mesmo curso… Não é certo que, na hora da contratação, eles recebam valores diferentes. Mas sabemos que isso é uma realidade que as mulheres ainda enfrentam.”

Sato ainda relembra de ocasiões em que foi julgada pela roupa, ou que foi incentivada a usar determinadas peças em alguns eventos. “Cada ocasião pede um tipo de figurino, mas nós mulheres temos uma cobrança ainda maior em relação ao que vestir. É uma pressão que acho que muitos homens não tem e não sabem que existe.”
 

CAUSAS AMBIENTAIS

Desde nova, a atriz mostra uma grande preocupação com o meio ambiente e o ecossistema, sendo engajada nas causas de preservação da natureza e incentivo ao slow fashion. Sato também tem uma associação de proteção animal, a "House of Cats", em que recolhe gatos de rua e faz os cuidados necessários até que os animais encontrem um novo lar.

Recentemente, ela disse que tem repensado o consumismo e até mesmo o uso de produtos descartáveis, como canudos, copos, absorvente, filme plástico, cotonete e embalagens em geral. Em casa, ela ainda usa uma composteira eletrônica, que reduz em 90% os resíduos alimentares, transformando-os em adubo para as plantas.

“Acabei tomando consciência de que fazemos parte de todo um ecossistema e estamos vivendo as consequências de gerações anteriores. Então eu penso, ‘o que eu posso fazer hoje?’, pois é melhor fazer pouco do que não fazer nada”, conta.

A atriz também parou de consumir carne vermelha há mais de três anos, segundo ela, pela sua saúde e a do planeta. “A produção da carne vermelha é responsável pela eliminação de grandes quantias de CO2 e metano, mais do que a poluição causada pelos automóveis. Acho que muita gente não sabe disso, mas torço para que, tendo esta consciência, as pessoas, ao menos, diminuam o consumo.”

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