Estreia neste sábado (21) a nova temporada do 'Zorra'. A nova safra de piadas promete vir na mesma esteira da modernização pela qual tem passado o programa.

Desde que foi reformulado e rebatizado, em 2015, o humorístico tenta correr atrás dos "memes" e do público jovem, fórmula que tem trazido resultados.

"Claro que a internet é imediata, possibilita colocar no ar uma piada com algo que acabou de acontecer. Mas não quer dizer que seja de melhor qualidade. Na TV temos estrutura para fazer piadas mais pertinentes e duradouras", analisa Fernando Caruso, que fez parte da nova e da antiga fase do humorístico, ainda em 2003.

A internet também tem pautado a linguagem do programa, que investiu em reformas estruturais e visuais. As esquetes passam a ser mais definidas e alguns personagens mais fixos.

Em termos de conteúdo, as piadas estão também mais cuidadosas. Ainda há a turma que reclama do "politicamente correto", mas para Fernando Caruso, as mudanças da sociedade são um desafio para quem faz comédia hoje.

"É interessante fazer humor numa época em que os desafios são maiores e exige-se um humor mais inteligente. Os alvos mudaram. Os preguiçosos diriam que é mais difícil, mas eu acho um prato cheio", diz Caruso.

Formado por uma redação variada, com membros mulheres, negros e LGBTs, o time de 20 roteiristas promete audácia nas esquetes. Mas sempre com ponderação para não ofender grupos sociais e provocar polêmicas desnecessárias. "Fanáticos sempre terão reações fanáticas", resume o ator Welder Rodrigues.

"São muitos filtros, tem muita coisa que na hora de gravar a gente vê que não funcionou de determinado jeito, tenta fazer de outro jeito, na hora de editar tem coisa que não passa na edição", completa Maria Clara Gueiros.

ENTERRANDO O VELHO ZORRA

"Zorra Total era um cachorro morto", foi a definição do antigo programa escolhida por Welder, que em seguida se retratou. "Não era morto no sentido de audiência. A audiência sempre foi boa. Mas em termos de crítica, o programa era tratado até pelos humoristas como o pior programa de humor", pondera.

Dani Calabresa emenda: "a piada mais comum que vemos no Twitter é 'nossa, não acredito que estou rindo com o Zorra'"

Em termos de audiência, a equipe comemora não exatamente um aumento, mas uma rotatividade. O público foi renovado e muita gente deixou de assistir.

"Nossa redação está nota mil, amor! A gente pode fazer crítica política, esquetes mais quentes... Preparem-se", brinca Calabresa.