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'É fascinante pensar nesse mundo', diz Caio Blat sobre 'Deus Salve o Rei', trama medieval da Globo

Na trama da Globo, ator interpreta o personagem Cássio 

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Cris Veronez
Rio de Janeiro

Inspiradora. É assim que Caio Blat, 37, que vive o cavaleiro Cássio em "Deus Salve o Rei", trama da Globo transmitida na faixa das 19 horas, define a experiência de participar de uma novela medieval recheada de efeitos especiais.

E não é só ele que se encanta com esse mundo de aventuras, lutas, espadas, armaduras, cavalos e castelos. Seu filho Bento, 7, fruto do antigo relacionamento com a atriz Maria Ribeiro, está adorando o novo papel do pai na TV.

"Ele já veio para o set. Fomos na academia militar e ele viu os treinamentos, as lutas, pegou as armas. A espada deve ser mais pesada que ele. Tem uns dez quilos", disse o ator.

Em bate-papo com o "F5", Blat contou que seu personagem, apesar de ser amigo de Afonso (Rômulo Estrela), vai disputar o amor de Amália (Marina Ruy Barbosa) com ele. O intérprete de Cássio fez também um balanço dos 30 anos de carreira e revelou que nunca assistiu "Game of Thrones". 

 

"F5": Está gostando de fazer uma novela de época? O elenco está dizendo que "Deus Salve o Rei" tem uma energia diferente. Você também sente isso?

Caio Blat: Está sendo muito especial, isso aqui é muito inspirador. Eu tenho um filho de 7 anos, e, ele ver que o pai dele está sendo um cavaleiro medieval, lutando com lança e espada é muito divertido, diferente. Está sendo uma experiência inacreditável, todo mundo fica feliz, tomado por isso. Desde "Que Rei Sou Eu?" não se fazia uma novela medieval, que investe tanto no humor e na crônica.

Você chegou a levar seu filho para alguma gravação?

Sim. Ele já veio para o set. Fomos na academia militar e ele viu os treinamentos, as lutas, pegou as armas. A espada deve ser mais pesada que ele. Tem uns dez quilos.

Bento já falou alguma coisa sobre seguir a sua profissão?

Não, e eu espero que ele nem fale disso.

Você deixa ele assistir novela?

Nunca deixei ver nenhuma. Ele era muito pequeno, agora está com 7 anos, e eu acho que essa é uma que ele pode ver, vai curtir. Ele foi comigo nos ensaios. Você acha que tem alguma coisa séria em uma novela com a Tatá? [risos]

Você já sabia bastante sobre a Era Medieval ou teve o primeiro contato a partir da novela?

Eu lembro de livros muito importante dessa época que me marcaram muito, como "O Perfume", "O Físico", que é um livro que li na minha adolescência, em que um menino fugia na época medieval com cavaleiros, atravessava reinos. Essa literatura me marcou muito. Mas eu não tinha nada especial, nunca vi "Game of  Thrones", nunca vi "Vikings".

Nem "Senhor dos Anéis"?

"Senhor dos Anéis" eu adorava. Esse universo é muito bom, tem a magia, as lendas e a coisa dos cavaleiros medievais mesmo. Eles carregam um código de honra. Naquela época não existia instituições, então eram os cavaleiros que carregavam a honra, os valores e protegiam os príncipes. No fim das contas, os reinos se deviam ao valor moral dos seus príncipes e à força dos seus cavaleiros, dos seus exércitos.

O figurino ajuda a entrar no clima medieval, né?

A roupa é muito pesada. É toda amarrada porque não existia zíper. Então, é tudo amarrado com cordões, tudo com muito couro, as armas são muito pesadas. A gente tem que se adaptar com isso. Muda a nossa postura e nosso jeito de andar.

O que mais te chama a atenção no dia a dia que as pessoas levavam na Era Medieval?

Eu acho que é fascinante pensar nesse mundo, hoje a gente vive em um mundo tão tecnológico, tem tudo na palma da mão. Para mandar uma mensagem para um outro reino, o cara tinha que mandar um mensageiro e demorava meses para chegar com a resposta. O povo construía um aqueduto para tentar trazer água, que é uma coisa básica, e demora anos para terminar a construção. Volta um pouco no tempo. Tem essa sensação de precariedade. A civilização moderna ainda não existia. É divertido pensar nisso no ponto de vista histórico.

Seu personagem se apaixona por alguém?

No meio da história, ele vai se envolver com a Amália (Marina Ruy Barbosa). O Cássio é o melhor amigo e braço direito do Afonso (Rômulo Estrela). Eles cresceram juntos. Os dois vão lutar por reinos diferentes porque o Afonso está em Artena e ele fica como chefe da guarda de Montemor. Então, eles acabam se enfrentando e, em algum momento, passam a disputar o amor da Amália também.

Um dos pontos fortes do seu personagem é a ética, né?

Cheguei a ler uns textos medievais muito bonitos sobre a ordem dos cavaleiros, textos da Catalunha do século XII e XIII, e eles falam que os reinos precisavam se proteger. Então, de cada mil homens, um se tornava cavaleiro, que era o mais sábio, mais nobre, o mais ético e com mais moral.

Aí esse homem recebia as armas, animais e tudo que precisasse para defender o povo, o reino, os príncipes. Assim que eram eleitos os cavaleiros.

Você começou a fazer novelas muito jovem. Qual balanço você faz da sua trajetória? Chegou aonde você sonhou?

Cheguei! Eu acho que já que tenho que me aposentar, o balanço que eu faço é esse. Eu estou cansado, idoso, meio caquético, cada vez mais com dificuldade de decorar o texto, para lembrar os nomes dos filhos [risos]. Estou brincando. Eu amo o que faço, nem parece que eu trabalho.

Eu venho para cá pelo prazer de trabalhar com essas pessoas. Cada vez mais as pessoas aqui na TV Globo são talentosas, generosas, e depois que você está há trinta anos trabalhando, você já conhece todo mundo, encontra pessoas de outros elencos, faz uma família. Parece que eu estou sempre trabalhando por fé, por acreditar no que faço e por prazer.

Você é um cara que costuma opinar nas redes sociais. Como está o Brasil do Caio Blat?

O Brasil está de pernas para o ar, bagunçado, conflagrado. Acho que precisamos voltar a dialogar para criar um novo projeto para o futuro. O país ficou muito dividido, muito bagunçado. A economia está voltando aos poucos, mas ainda tem muita gente desempregada.

Acho que quanto mais gente corrupta for presa e quanto mais renovação na política houver, melhor. Que o Brasil não se torne um país dividido, que a gente possa dialogar e criar uma terceira via, uma nova perspectiva para o futuro do país e da política.

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