Televisão

'Todo mundo quer ver acontecer', diz diretor sobre relação homossexual em 'Liberdade, Liberdade'  

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Diretor de “Liberdade, Liberdade” (Globo), Vinicius Coimbra está disposto a dar um passo ousado na teledramaturgia com a trama do relacionamento entre André (Caio Blat) e Tolentino (Ricardo Pereira).

Coimbra diz que gostaria de incluir uma cena insinuando sexo entre os dois personagens, como uma forma de mostrar algo além do afeto na relação homossexual.

“Esse é o meu desejo, ainda não veio escrito o que vai ser. Mas eu gostaria de tratar assim. A Globo sempre trata com cuidado esse tema da homossexualidade e leva para um lado sempre muito mais do afeto e não da atração sexual entre duas pessoas do mesmo sexo", disse o dramaturgo em entrevista ao "F5".

"Por ser uma novela das 23h, a relação desses dois passa muito por uma coisa carnal. Acho importante colocar isso no ar. Eles estão se descobrindo, junto com o afeto tem um tesão no ar”, avaliou Coimbra.

O diretor explica que, por se tratar de um tema polêmico, a decisão de incluir ou não a cena depende do aval da emissora e da sugestão do autor da novela, Mário Teixeira.

No que depender do público, segundo Coimbra, a aceitação viria da forma como a história de André e Tolentino vem sendo construída.

“Nosso histórico mostra que, se o público não está preparado para aquilo, eles não aceitam e não querem aquilo. Teve aquela rejeição no início de 'Babilônia'. Era no primeiro capítulo, as pessoas não conheciam aquele casal, tinha uma rejeição natural ali", argumentou.

"Já com o Félix, todo mundo torcia para ver aquilo. Não dá para generalizar. Vamos ver que cena que vem, como isso vai ser construído. Eu acho uma das tramas mais bem construídas essa dos dois, essa coisa de acontece ou não acontece, foi sendo colocado tijolinho por tijolinho. Todo mundo quer ver acontecer”, defende.

 ​​Temas fortes

Várias reviravoltas estão previstas para os próximos capítulos de “Liberdade, Liberdade”.

Depois de terminar o noivado com Rubião (Mateus Solano), Joaquina (Andreia Horta) vai se render à paixão por Xavier (Bruno Ferrari) e os dois terão sua primeira noite de amor.

Mas os planos do casal vão por água abaixo depois que a noiva de Xavier, Branca (Nathália Dill) descobre que está grávida.

Outras duas personagens terão momentos bem difíceis pela frente.

Dionísia (Maitê Proença) quase será afogada pelo marido que a torturava no passado e que voltará para atormentá-la.

Bertoleza (Sheron Menezes) será vendida como escrava e sofrerá nas mãos dos seus senhores.

“Desde o início, essa era a trama principal da personagem da Maitê, esse cara que vem aterrorizá-la. Ele aparece de vez, ela vai ter uma reação à aparição dele. Ele a tortura, vão acontecer cenas mais fortes do que as que já foram ao ar", adiantou.

"A Bertoleza vai ser vendida e é muito maltratada nesse período de cativeiro que ela passa. Nos próximos dias, tende a piorar. Ela vai ser marcada a ferro, é uma cena bem forte”, explica Vinícius Coimbra.

Ao contrário das românticas novelas de época que costumam ocupar a faixa das 18h —uma das quais o próprio Vinicius Coimbra está cotado para dirigir em 2017, chamada “Novo Mundo”— “Liberdade, Liberdade” não se esquiva de temas fortes e polêmicos.

Respaldada pelo horário mais tardio, que permite a exibição de cenas de nudez e sexo, a novela traz também cenas fortes de violência, as quais passam primeiro pelo crivo do diretor para filtrar o que pode agradar ou não ao público.

“A realidade era muito pior do que a gente mostra. Existe um limite e eu mesmo escolho esse limite. O Mário fala que o cara vai ser espancado com um pedaço de pau e o sangue vai voar no rosto da Joaquina. Eu tenho que fazer uma escolha de até que ponto o público vai gostar ou sentir uma repulsa ali”, explica Vinicius Coimbra.


Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias