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Para Rafinha Bastos, TV se perde atrás de audiência

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Rafinha Bastos é o primogênito. Na união entre Band e a produtora argentina Cuatro Cabezas, em 2008, ele foi o primeiro convidado a integrar a versão do até então desconhecido "CQC".

Logo virou um dos filhos preferidos, ganhou espaço, foi mimado. Mas, em 2011, quando aprontou e ficou de castigo, pegou suas coisas e saiu. Dois anos após uma piada que o afastou da Band, o filho à casa torna, sem arrependimento, sem mágoa, diz.

Rafinha volta a integrar "A Liga" no dia 27 e quer reconstruir a relação com seus progenitores na TV aberta.

"Já tinham me chamado no ano passado para 'A Liga', mas eu estava com projeto na internet e na TV paga", conta ele, que retomou a conversa há dois meses e acertou a sua volta. "Não fui demitido, eu pedi para sair. E não sei se foi uma questão pontual. Eu já estava destoando ali."

Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress Rafinha Bastos estreia em nova temporada de 'A Liga' falando sobre doentes mentais
Rafinha Bastos estreia em nova temporada de 'A Liga' falando sobre doentes mentais

O ponto em questão foi uma piada envolvendo Wanessa Camargo, grávida na época. Bastou para provocar a ira do marido da cantora, Marcos Buaiz, a promessa de boicote de anunciantes e um climão na Band.

"A Band disse para eu dar um tempo, e eu não concordei", conta o humorista, que foi afastado do programa e pediu demissão do canal.

Ele afirma que chegou a pedir desculpas para o marido de Wanessa por e-mail, mas achou que não era necessário ir a público.

Na ocasião, a turma do "CQC" não ficou do lado do colega exilado.

"Não sei o que passou na cabeça deles, o que a mãe do Cortez (Rafael) achou da piada", diz. "Tirei muito sarro, me diverti como nunca, mas passei a imagem de arrogante, sem noção e não sou assim", conta o humorista, que diz manter uma boa relação profissional com os ex-colegas, mas sem planos de trabalhar no "CQC" novamente.

Com contrato até janeiro com a Band, o filho egresso não tem nada acertado no canal além de "A Liga", por enquanto.

Sobre o período longe da emissora, Rafinha parece feliz por se reaproximar de suas raízes na internet, onde voltou a fazer vídeos e pretende investir mais. Também diverte-se ao lembrar da passagem pela RedeTV!, onde fez a versão nacional do "Saturday Night Live", fiasco em audiência. "Tentei inflar a equipe o máximo possível", conta. "Queria ajudar amigos talentosos. Eles são a minha turma, não o 'CQC'."

Cinco meses depois da estreia, o comediante caiu fora do "SNL". Ele nega que ganhava lá R$ 1 milhão por mês, como diziam na época.

"A RedeTV! podia até prometer, o duro era pagar", diz ele. "Com esse estigma do ibope do 'SNL', acompanhado toda semana, veio o lance de ver 'o quão no fundo do poço eu iria'."

Sobre a audiência, Rafinha tem mil teorias. Não se conforma com o fato de o Ibope não medir o público de conteúdo gravado e da internet. "Não é interesse da Globo ter essa medição de gravados. O que faz a roda girar é audiência tempo real, os 30 segundos do intervalo", fala.

Para o humorista, é justamente essa medição de audiência que nivela a televisão por baixo. "Você tem de atrair o cara na hora, aí entra o mórbido, as bundas, é triste."

Feliz com o resultado de sua série na TV paga, "A Vida de Rafinha Bastos", sucesso de audiência no FX, Rafinha também anda desiludido com o veículo que, segundo ele, anda perdido com a nova lei de cotas e a chegada das classes C e D.

Ele cita como exemplo a sitcom "Vai que Cola", do Multishow, sucesso de audiência. "O 'Sai de Baixo' (Globo) é sofisticado perto disso. Para onde vai a produção independente na TV paga, hein?"

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