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Netflix estreia nesta sexta-feira primeira série brasileira

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São "os primeiros passos do Netflix na produção de conteúdo fora dos Estados Unidos", descreve Richard Greenfield, da BTIG Research, um dos principais analistas da indústria de TV nos EUA.

Ele se refere à série cômica "A Toca", com três episódios de 30 minutos, cuja estreia no Netflix Brasil foi programada para hoje. Depois de "House of Cards", série dramática de maior repercussão na temporada americana, produção do Netflix, a brasileira chega sob atenção internacional.

A expectativa é tamanha que o próprio serviço de TV pela internet trata agora de conter expectativas, dizendo não ser parte da linha "Original Netflix", como "House of Cards" ou "Arrested Development". Não é um "original", rebate o "Variety", publicação que cobre o setor nos EUA, "mas é estreia, exclusiva e com dinheiro deles: pense em 'A Toca' como um micro-original".

Crédito: Daniel Marenco/Folhapress O ator e produtor Felipe Neto, responsável pela série do Netflix 'Na Toca', no Rio
O ator e produtor Felipe Neto, responsável pela série do Netflix 'Na Toca', no Rio

ROTEIRO

O ator e produtor carioca Felipe Neto, 25, que realizou a série, segue o Netflix e recusa o rótulo, descrevendo apenas que "a proposta veio e a gente partiu para a produção". Na véspera da estreia, estava mais preocupado com a decisão, ainda pendente, se a série entraria no ar com todos os episódios de uma vez, a exemplo das americanas, ou somente com o primeiro.

Sua produtora, Parafernalha, é anterior na internet, mas tem trajetória semelhante ao Porta dos Fundos, com vídeos curtos no YouTube e uma audiência de milhões.

"O programa do Netflix foi uma experiência, porque a gente nunca tinha feito nada com episódio, no formato televisivo mesmo", diz. "Você trabalha roteiro de forma muito diferente da internet."

A Parafernalha acumulou 200 milhões de visualizações on-line e mais de três milhões de assinantes "sempre com tiros rápidos e cortantes, com esquetes de humor".

Para "A Toca", o grupo recorre ao formato de "falso documentário, estilo 'The Office'" sobre a própria produtora, entremeando esquetes inéditos. "As pessoas podem esperar um programa com temas que normalmente o brasileiro não vê e que, posso garantir, não seria aprovado por nenhum canal hoje na TV", diz Neto.

Ele afirma que "o conteúdo foi analisado por pessoas lá fora", do Netflix, que "concordaram com tudo, inclusive com muita coisa politicamente incorreta".

COMÉDIA

Da parte do Netflix, o diretor de conteúdo, Ted Sarandos, afirma que, em dois anos no país, "as apresentações brasileiras de comédia se mostraram populares entre os usuários", daí a opção.

Até agora o serviço havia priorizado a aquisição de vídeos de "stand-up comedy", começando por Rafinha Bastos, e filmes já fora de circuito. "Estamos muito felizes em continuar apoiando os talentos brasileiros", diz Sarandos, através de e-mail.

Duas semanas atrás, ao apresentar o relatório trimestral do Netflix, seu presidente, Reed Hastings, destacou o crescimento de assinantes no exterior. E disse que o foco agora é "como crescer internacionalmente, como melhorar o conteúdo", o que levou à decisão de dedicar "todo o lucro" da operação americana aos outros países.

Especificamente sobre a América Latina, Hastings ressaltou que o Netflix "continua vendo forte crescimento de novos usuários no Brasil".

Nesta semana, operadoras de TV paga pediram ao governo brasileiro que regulamente serviços como o Netflix, inclusive cobrança de imposto. Questionado, o Netflix afirmou que "não vai comentar".

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