Saiu no NP

'Notícias Populares' inicia série sobre os crimes do século

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Crimes brutais, assassinos cruéis, vítimas que vão de um simples anônimo para o público até uma estrela de Hollywood. Em 8 de setembro de 1993, o jornal "Notícias Populares" lançou uma série com 13 capítulos sobre os maiores crimes do século 20, e, a partir de hoje (30), a seção "Saiu no NP" traz uma compilação de oito casos, "mutilados" em quatro semanas.
Abaixo, você acompanha duas dessas histórias:

1 - O CRIME DA MALA

Crédito: Folhapress Em 8 de setembro de 1993, o "NP" contou a seus leitores como ocorreu "O Crime da Mala"
Em "O Crime da Mala", o "NP" contou a seus leitores a história da mulher grávida que foi morta e colocada dentro da mala de couro

Em 4 de outubro de 1928, uma mala de couro amarrada com cordas grossas, com destino a Bordeaux (Paris), parou o porto de Santos, no litoral do Estado de SP. Da bagagem escorria um líquido escuro e espesso que exalava uma fragrância pútrida que despertava a curiosidade dos trabalhadores portuários e da Polícia Marítima, que resolveu abri-la.

Dentro da mala estava o corpo apodrecido, em pedaços, de uma jovem mulher loira, que usava camiseta de tricô, saia de lã e meias de seda. Com o cadáver, um feto. Os policiais acionaram o Gabinete de Investigações, na época, o mais bem equipado. Começava ali a caçada ao misterioso assassino.

Após uma série de prisões de suspeitos –todos provaram inocência–, a etiqueta da mala era a única pista que sobrara e que poderia levar ao criminoso. Os investigadores chegaram até a fábrica que ficava na avenida São João, no centro da capital de São Paulo. Lá descobriram o nome e endereço do comprador: o imigrante italiano, recém-chegado ao país, José Pistone, 31 anos, morador da avenida Casper Líbero, antiga rua Conceição.

A polícia não encontrou Pistone em sua residência e, ao interrogar os vizinhos, descobriu que ele tinha sumido havia quatro dias. Descobriu também que a vítima era ninguém mais ninguém menos que sua mulher, Maria Pistone, de 21 anos. Mas o que teria motivado o brutal assassinato de uma grávida?

Alguns dias depois, o marido de Maria foi encontrado. Próximo de cometer suicídio por não aguentar o peso de ter assassinado sua esposa, José Pistone foi preso. Sem reagir, ele confessou o crime e explicou o motivo de ter cometido tal barbárie, resumida na ilustração abaixo, publicada pelo "NP" 8 de setembro de 1993:

Crédito: Folhapress Infografia publicada pelo "NP" em 8 de setembro de 1993, explica como foi cometido o "Crime da Mala"
Infografia publicada pelo "NP" em 8 de setembro de 1993, explica o passo do crime cometido pelo italiano José Pistone nos anos 20

O imigrante italiano ficou 17 anos preso no Carandiru. Em 1944, foi transferido para a Colônia Penal Agrícola de Taubaté (SP). Pistone morreu em 28 de junho de 1958, aos 59 anos.

2 - O MASSACRE DA LINDA ATRIZ

Cabelos cor de mel, um lindo rosto e um corpo de arrancar suspiros. Essa era a atriz Sharon Tate, aos 26 anos de idade, casada com o diretor de cinema Roman Polanski e grávida de oito meses. No dia 9 de agosto de 1969, o cineasta estava em Londres (Reino Unido) a trabalho, e sua belíssima mulher, em sua mansão, na rua Cielo Drive, em Beverly Hills (Califórnia, EUA), com os amigos, o cabeleireiro de celebridades Jay Sebring, o roteirista Voytek Frykowski e a socialite Abigail Folger.

Crédito: Efe
Sharon Tate posa com o marido, o cineasta Roman Polanski em reprodução de foto feita por David Bale em 1969

Na cena havia comida e bebida, de certo modo, tudo parecia normal, mas ali estavam as vítimas de um dos maiores massacres da história. Todos foram mortos cruelmente –inclusive Steven Parent, que estava na casa apenas para visitar o caseiro– por Tex Watson, Patrícia Krenwinkel, Suan Atkins e Linda Kasabian, a mando do psicopata Charles Manson.

Ele era chefe de uma estranha seita chamada "Família Manson", movida a muito sexo e drogas. Seus seguidores moravam todos juntos em um rancho no Estado americano da Califórnia. O mentor do grupo exercia uma estranha influência em cima de seus participantes, que acreditavam que ele era o próprio Deus, por isso seguiam suas ordens.

Manson havia criado uma estranha ligação com a música Helter Skelter, lançada naquele mesmo ano pelos Beatles, no "Álbum Branco". Racista, o perturbado fantasiava uma guerra futura entre brancos e negros, mas, como ela demorava a acontecer, ele resolveu provocá-la.

O lunático enviou seus simpatizantes até a mansão, para que eles acabassem com todos que ali estavam. A ideia dele era que o crime fosse atribuído aos grupos negros da época e que com isso despertasse a ira dos brancos, assim, iniciando a sua "guerra". O resultado disso foi uma cena típica de filme de terror: Sharon Tate, grávida de Polanski, foi morta com 16 facadas e seus amigos levaram outras tantas -totalizando 102-, sem contar tiros e outras agressões.

A "Família Manson", com uma nova integrante, Leslie van Houten, ainda fez mais duas vítimas (escolhidas de forma aleatória, como as primeiras) na noite seguinte: o dono de supermercado, Leno LaBianca, e sua mulher, Rosemary. Mais 67 facadas na conta da seita, que nos dois casos utilizaram sangue para pichar as paredes com as palavras "porcos" e "morte aos porcos".

No ano de 1971, os envolvidos foram declarados culpados pela Justiça e sentenciados à morte (dentre eles Manson, o mandante, que confessou 35 assassinatos), porém a pena foi transformada em perpétua quando o Estado da Califórnia aboliu esse tipo de sentença.

Crédito: Folhapress Saiu no NP
Em 9 de setembro de 1993, o "Notícias Populares" publica a história do assassinato da atriz Sharon Tate


Na próxima semana, o "Saiu no NP" traz mais dois casos da série: O Canibal e O Ceifador. Até lá!

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