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Descrição de chapéu The New York Times

Saiba quais são os melhores videogames para mergulhar na temporada de festas

Confira recomendações do sobre o que jogar, e com qual console

Demon's Souls Remastered Divulgação

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Stephen Totilo
The New York Times

Novembro é a temporada dos “blockbusters”, no mercado de videogames –e nem a pandemia conseguiu mudar esse fato. Na verdade, a indústria do videogame vem registrando alta de vendas e lucros em 2020. Ao mesmo tempo, a decisão de investir US$ 60 (mais de R$ 300) –e muitas vezes mais de 60 horas– em um jogo pode ter ficado mais difícil este ano, diante do efeito da crise econômica sobre as decisões de compra.

Mesmo assim, resta uma questão perene: com um novo elenco de jogos grandes à venda, além de novos consoles, o que vale a pena comprar? Algumas recomendações sobre o que jogar, e com que equipamento, seguem abaixo. Porque estamos falando de videogames, onde pouca coisa é simples –determinados jogos requerem determinados aparelhos—, a lista é mais um fluxograma que um ranking. Que você encontre informações úteis.

PENSANDO EM UM NOVO CONSOLE?

Se você está pensando em dar o salto para a nova geração de consoles de videogame, até para encontrar um deles é preciso sorte. Os estoques dos vendedores online se esgotam rapidamente, mesmo diante de preços de até US$ 500 para o Xbox Box Série X, da Microsoft, ou o Sony PlayStation 5.

Os dois são máquinas poderosas, o que significa são capazes de executar jogos visualmente impressionantes, mas, como no caso de qualquer console novo, não existem muitos títulos excelentes disponíveis de imediato. A maioria dos jogos para esses consoles continua a funcionar no PlayStation 4 ou no Xbox One.

Mas para quem está decidido a comprar uma máquina nova o mais breve possível, vale a pena considerar algumas alternativas ligeiramente mais baratas. O novo e compacto Xbox Série S tem menos potência que a Série X, mas mesmo assim executa os mesmos jogos e custa US$ 300 (R$ 1.525). A Sony está vendendo uma variante do poderoso PS5 que não tem disc drive, e custa US$ 400 (R$ 2.034).

QUAIS SÃO OS MELHORES JOGOS PARA O PLAYSTATION 5?

O PS5 executa uma das surpresas mais agradáveis da temporada, “Astro’s Playroom”, que vem instalado em cada console vendido. O jogador guia robôs bonitinhos para percorrer pistas de obstáculo multicoloridas. O maior atrativo, porém, não é a aparência do jogo ou as tarefas que o jogador precisa cumprir, mas a sensação táctil.

Os controladores de videogames há décadas podem vibrar como um celular para sinalizar o impacto de uma explosão ou colisão automobilística. “Astro’s Playroom” foi projetado para demonstrar que o DualSense, o novo controlador do PS5, pode fazer muito mais.

Ele parece derrapar nas mãos quando um robô corre pela areia, e pulsa pesadamente quando o robô se desloca pela água. O mais impressionante é que os botões de gatilho do controlador são capazes de resistir à pressão dos dedos dos jogadores de formas diferenciadas: oferecem a resistência gradativa de uma mola comprimida, por exemplo, ou o estalido súbito de uma bola plástica sendo esmagada por uma mão robotizada.

“Demon’s Souls Remastered” também funciona só no PS5, tecnicamente, embora seja uma versão modificada de um jogo para o PlayStation 3 que se tornou um dos maiores sucessos dos últimos 12 anos. À primeira vista se trata apenas de mais um jogo individual que permite que o jogador controle um cavaleiro, um mágico ou outro protagonista, e combata homens e monstros, enquanto procura armadilhas fatais.

Mais sutilmente, trata-se de um jogo que pode envolver assistência –e traição– entre múltiplos jogadores, e foi desenvolvido por um criador cuja inspiração foi ter sido ajudado por desconhecidos silenciosos durante uma tempestade de neve. “Demon’s Souls” foi concebido como um jogo brutalmente difícil cujas dificuldades são temperadas pela capacidade de deixar mensagens úteis e alertas quanto a perigos para outros jogadores. Por outro lado, jogadores também podem invadir jogos alheios e criar caos.

E QUANTO AO XBOX SÉRIE X?

Para o Xbox série S e série X, a melhor oferta exclusiva não é um jogo, mas um serviço por assinatura, Xbox Game Pass, disponível por cerca de US$ 10 ao mês, para os novos consoles e suas versões anteriores. A assinatura oferece aos jogadores acesso a mais de 250 títulos –incluindo todos os produtos de primeira linha para o Xbox criados pela Microsoft mesma.

O Game Pass melhora constantemente, com novos lançamentos que de outra forma teriam de ser adquiridos em separado (para o Xbox ou outros aparelhos); este mês, a nova oferta é o mais recente capítulo da cativante aventura de ficção científica “Destiny 2: Beyond Light”. Mas mesmo desconsiderando os títulos de primeira linha, o Game Pass inclui grande número de jogos menores e mais excêntricos que muita gente poderia de outra forma hesitar em experimentar.

Se é parte do pacote, por que não experimentar “Mudrunner”, de 2017, um jogo sério de simulação sobre dirigir caminhões imensos no meio da lama? Ou “Carto”, um novo jogo de aventura que envolve fazer mapas, e é muito agradável de jogar?

E QUANTO A JOGOS NOVOS QUE NÃO REQUEREM NOVOS CONSOLES?

“Assassin’s Creed Valhalla” e “Watch Dogs Legion”, dois dos jogos mais interessantes da temporada, estão disponíveis nos novos consoles mas também para PCs, Google Stadia e PlayStation 4. Ambos os jogos são produções da Ubisoft, a poderosa distribuidora que gerou manchetes algumas semanas atrás por conta de numerosos relatos de delitos de conduta sexual na companhia, o que resultou na saída de importantes executivos e desenvolvedores. Enquanto tudo isso fervilhava, os desenvolvedores subordinados continuavam a batalhar para produzir esses jogos,

“Valhalla” posiciona o jogador como um (ou uma) viking do século 9 chamado Eivor, que sai da Noruega para a Inglaterra, onde ele, ou ela, constrói uma colônia, desafia monarquias e derruba a machadadas numerosos inimigos anglo-saxões. É um jogo visualmente espetacular, repleto de vinhetas relacionadas a personagens, mas requer que o jogador tenha estômago para assumir o papel de um invasor e colonizador.

“Watch Dogs” permite que os jogadores se tornem membros da resistência em um futuro próximo fascista, nas cercanias de Londres, onde a população é dominada pelo Estado de vigilância e por uma força policial privatizada.

O jogo expõe detalhadamente uma Londres superpovoada, e permite que os jogadores recrutem e assumam o controle de qualquer um dos milhares de pessoas retratados na cidade. Isso significa que é possível jogar como uma velha senhora ardilosa, um membro abrutalhado da guarda da rainha, ou como qualquer outra pessoa. É um truque bacana, que compensa a visão política bem intencionada mas rasa que o jogo adota.

Em escala menor, há “The Pathless”, um jogo colorido que acontece em um cenário de florestas oníricas e templos. Está disponível para PC, PS4, PS5 e Apple Arcade, o serviço de jogos por assinatura do iOS. Em “The Pathless”, você joga como uma arqueira que explora o belo terreno com a ajuda de uma ave que pode transportar a personagem através de despenhadeiros. O melhor recurso do jogo é a capacidade da arqueira de correr mais rápido se ela atingir alvos com suas flechas enquanto se move. Ganhar ritmo é mais fácil do que parece, com a ajuda de um sistema de mira automática.​

MAS E SE EU TIVER UM NINTENDO SWITCH?

Excetuado “Carto”, o sistema Nintendo Switch não executa nenhum dos jogos mencionados até aqui. O maior lançamento para o console em novembro é “Hyrule Warriors: Age of Calamity”, derivado do aclamado jogo de ação e aventura “The Legend of Zelda: Breath of the Wild”.

Enquanto “Breath of the Wild” era uma aventura épica enxuta, em um mundo dilacerado pela guerra e ocupado por cavaleiros, castelos e monstros, o novo jogo é uma história que se passa antes da narrativa anterior, e substituiu as oportunidades sem paralelo que Zelda oferece para explorar a natureza por combates, combates e ainda mais combates. A sensação é mais ou menos a de ver um grande romance transformado em um brinquedo de parque temático. É preciso querer muito conviver uma vez mais com aqueles personagens.

Um jogo melhor para o Switch nesta temporada de festas é “Hades” (também disponível para PCs). Lançado em setembro, “Hades” pode se provar o melhor jogo do ano, em qualquer plataforma, e por isso continua a merecer atenção. Você joga como Zagreus, filho de Hades, e deve lutar e argumentar para sair do submundo, aceitando a proteção –e poderes– conferidos pelos deuses gregos que encontra ao longo do caminho.

Hades é definido como “rogue-lite”, um gênero de videogame que permite que um jogador avance tanto quanto puder mas o devolve ao começo da aventura caso o personagem morra –só que preservando os poderes que ele tenha adquirido ao longo do caminho. Em “Hades”, essa estrutura sustenta uma narrativa em ritmo rápido sobre os esforços frustrados e repetidos de Zagreus para chegar à sua mãe no mundo dos vivos. Como um crítico apontou, um jogo sobre tentar repetidamente escapar do inferno pode ser perfeito para 2020.

Há algo bom para jogar em todos esses aparelhos. E fique atento: a temporada de grandes lançamentos ainda não acabou. O jogo mais aguardado de 2020, “Cyberpunk 2077”, foi lançamento nesta quinta-feira (10) após ser adiado repetidas vezes. Ao que parece, a temporada de “blockbusters” será mais longa neste ano. Os desenvolvedores precisam de mais tempo. Isso não é verdade no caso de todos nós?

Tradução de Paulo Migliacci.

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