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Descrição de chapéu The New York Times

Astro do 'Fortnite', Ninja mostra poder dos criadores de conteúdo ao levar game para YouTube

Influenciador deixou a Mixer após a plataforma de streaming anunciar fechamento

Tyler Blevins, o jogador conhecido como Ninja, na Copa do Mundo de Fortnite, em 2019

Tyler Blevins, o jogador conhecido como Ninja, na Copa do Mundo de Fortnite, em 2019 Vincent Tullo/NYT

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Quando Tyler Blevins, mais conhecido no mundo do videogame pelo apelido Ninja, postou um tuíte enigmático que parecia dar a entender que estava para fazer um anúncio de alguma espécie, seus ardorosos fãs imaginaram que ele talvez fosse revelar a assinatura de um contrato de alto valor como os que os astros do beisebol e do basquete conquistam.

Em lugar disso, Blevins, que perdeu seu lar online quando a plataforma de streaming Mixer anunciou seu fechamento, em junho, apareceu ao vivo jogando videogames no YouTube, e prometeu aos fãs que mais streams estavam por vir "e não vai demorar muito".

Que Blevins tenha conseguido gerar tanta especulação com um tuíte é prova da influência que uma das mais famosas personalidades online do planeta exerce e da crescente popularidade dos gamers mais conhecidos.

Blevins declarou em entrevistas que gostaria de se tornar tão famoso quanto o astro do basquete LeBron James. No dia 8 de julho, o 10º aniversário da data em que James decidiu assinar com o Miami Heat, Blevins fez o primeiro "livestream" em seu canal do YouTube.

Ele apareceu com o cabelo pintado de azul brilhante, ao lado de amigos, e jogou o popular videogame "Fortnite". No momento de maior audiência, 160 mil pessoas estavam assistindo à transmissão de Blevins, que durou 97 minutos.

Os fãs e os sites de notícias sobre videogames não demoraram a declarar que Blevins tinha assinado um contrato permanente com o YouTube, mas muitos deles hesitaram porque não havia um sinal claro de que Blevins tivesse um contrato com a companhia.

Os fãs dedicados do Twitch, plataforma de streaming da Amazon, pediram a Blevins que "voltasse para casa", para o serviço no qual ele iniciou sua trajetória rumo ao estrelato, anos atrás, antes de assinar um contrato com o Mixer, controlado pela Microsoft.

Blevins, que disse que fatura mais de US$ 500 mil ao mês com streaming, tem mais de 14 milhões de seguidores no Twitch –o maior número de seguidores na plataforma– apesar de não estar ativo nela desde que a trocou pelo Mixer na metade do ano passado, supostamente faturando entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões como parte do processo.

Ele tem quase 24 milhões de assinantes em seu canal no YouTube, ainda que tenha declarado durante o stream que jamais havia transmitido ao vivo no YouTube antes de 8 de julho. Se Blevins optar por transmitir vídeos exclusivamente pelo YouTube, isso favoreceria os esforços do serviço de vídeo para ganhar terreno nos videogames.

A plataforma recentemente assinou um contrato exclusivo com o contencioso astro Felix Kjellberg, mais conhecido como PewDiePie, mas está atrás do Twitch, em termos gerais, na disputa pelo domínio do mercado de jogos via streaming.

"O poder do setor de jogos por 'livestream' migrou gradualmente das plataformas para os criadores", disse Doron Nir, presidente-executivo da StreamElements, que oferece serviços de "livestreaming", acrescentando que "eles agora têm mais opções sobre onde construir suas marcas".

Representantes de Blevins não responderam a um pedido de comentário. "Receberemos positivamente qualquer conteúdo dele", disse Talia Yates, porta-voz do YouTube, acrescentando que a empresa continuaria a trabalhar com Blevins para ampliar sua presença no YouTube. Ela não informou se Blevins tinha assinado um contrato com o YouTube, controlado pelo Google.

Nir disse que não seria surpresa que Blevins evitasse se comprometer com apenas uma plataforma. "Embora contratos de exclusividade lucrativos agora sejam comuns", ele disse, "antecipamos que surgirão criadores transcendentes. Serão pessoas maiores do que qualquer plataforma e com a liberdade de atingir audiência muito mais ampla ao aproveitar todas elas. Oprah, Ellen e Bill Simmons exemplificaram o benefício de não se atrelar a uma única plataforma, e Ninja pode facilmente seguir o seu exemplo".

The New York Times

Tradução de Paulo Migliacci. 

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