Música

Após Popstar, ator Mouhamed Harfouch investe na música e emplaca single em 'Órfãos da Terra'

Precisava exorcizar o meu medo, afirma ator sobre carreira musical

Mouhamed Harfouch Ricardo Penna

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Impulsionado pela experiência de cantar no musical “Ou Tudo ou Nada” e na última edição do reality Popstar (Globo), o ator Mouhamed Harfouch, 41, pôde ver um single de sua autoria na novela “Órfãos da Terra”. A música “Volta” foi cantada por Benjamin (Filipe Bragança), numa serenata para a médica Letícia (Paula Burlamaqui). 

“Essa música fala sobre um cara que está sofrendo pelo término de uma relação, mas o refrão é uma declaração de amor positiva. A música é solar, mesmo tendo alguma coisa de sofrida. É um arrombo da juventude”, afirma Mouhamed, que também integra o elenco da trama das seis.

O ator conta que a composição foi feita há cerca de 15 anos e ficou na gaveta este tempo todo porque ele não se via como músico. Mas ela não é a única. Ele conta que tem mais de 40 canções ainda guardadas. 

“Sempre canto e toco em roda de amigos, de brincadeira. Mas na época de ‘Ou Tudo ou Nada’, um pouco antes do Popstar, eu tomei coragem de dividir isso com o público. Desde essa época, não parei mais de fazer a minha aula de canto. Isso já tem quatro anos”, conta ele, que já prepara o lançamento da próxima música: “Lente Aberta”. 

Os singles fazem parte de um EP com quatro faixas a ser lançado por Mouhamed através do selo Fluve, da Som Livre.  Todas as canções terão seus respectivos clipes e o ator fará uma mini-turnê para divulgar seu trabalho musical. Já tem até shows marcados em cidades nordestinas como João Pessoa, Campina Grande e Recife.

“Eu precisava exorcizar o meu medo e comemorar a coragem de me libertar”, afirma Mouhamed, que apesar de se considerar um amante da música, diz que é despretensioso e que usa a música para colocar suas ideias para fora. “Compor é um exercício que sempre fiz a vida toda. É como se fosse um diário.”

DA COMÉDIA AO DRAMA

No ar como o romântico Ali em “Órfãos da Terra”, que está na reta final, Mouhamed encerra esse trabalho, classificando-o como especial, cheio de surpresas.

“Pela sinopse, eu já sabia que seria uma novela corajosa, importante, muito humana e que abraça um assunto tão pertinente que é a situação do refugiado. Com relação ao Ali, eu sabia que ele teria um grande amor, que era rapaz apaixonado, romântico e tal, mas o desenrolar da história dele foi muito legal porque fui da comédia para o drama, para a sensibilidade. Vivi um pouco de tudo dessa novela.”

O casal Ali e Sara (Verônica Debon), um dos mais shippados do folhetim, finalmente vivem dias de paz, agora esperando os filhos gêmeos, após terem passado boa parte da trama em meio a brigas por divergências culturais entre suas famílias. 

O que abala este núcleo da novela agora é a condição de Mamede (Flávio Migliaccio): o avô de Ali está com mal de Alzheimer -doença que se manifesta apresentando deterioração cognitiva e da memória de curto prazo e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais que se agravam ao longo do tempo.

“Os pais do Ali morreram muito cedo e Mamede é o alicerce dele. Lidar com essa ‘perda’ é acabar o mundo para o Ali. Tenho recebido muito carinho nas ruas de pessoas que passaram por essa mesma situação, com a perda de um parente, de um amor… As pessoas se emocionam, choram e agradecem”, conta ele.

“Essa passagem mostra a impotência da gente diante da finitude da vida. Não somos donos do tempo e não controlamos absolutamente nada (...) A novela é muito importante nesse momento, para que a gente possa trabalhar nosso olhar empático, de compaixão e de solidariedade. O único instrumento revolucionário e capaz de uma verdadeira transformação é o amor”, reflete.

Mouhamed diz acreditar que aprendeu bastante com o seu trabalho no folhetim de Duca Rachid e Thelma Guedes e já tem outros projetos engatados. Ele estará no elenco da peça “Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito”, de Eduardo Bakr, com previsão de estreia para o primeiro semestre de 2020, e estrelará o filme “Uma Pitada de Sorte”, ao lado da atriz Fabiana Karla. O longa ainda não tem data definida para chegar aos cinemas.
 

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem