Música

Alaíde Costa afirma que não pensa em parar e relembra canções de sua vida com show em SP

Com mais de 60 anos de carreira, cantora estará no Sesc Carmo

A cantora Alaíde Costa, 82, canta clássicos no centro
A cantora Alaíde Costa, 82, canta clássicos no centro - Ernesto Rodrigues/Folhapress
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Leonardo Volpato
São Paulo

Aos 82 anos de idade, a cantora carioca Alaíde Costa nem cogita pendurar o microfone. A ideia é, segundo a artista, permanecer em destaque na música até cansar ou até que o público não queira mais ouvi-la.

"Enquanto eu puder cantar, eu vou cantar. Agora, a hora que achar que não dá mais, então, eu encerro a carreira. Por enquanto, eu me sinto muito bem”, afirma a artista, que se apresenta nesta quinta-feira (23), pela primeira vez, no Sesc Carmo, região central de São Paulo, o show "Tudo o que É Meu".

Dona de um vozeirão, Alaíde vai relembrar grandes clássicos de sua trajetória de mais de 60 anos, além das parcerias que fez ao longo de sua carreira, como com Vinicius de Moraes (1913-1980) e com Geraldo Vandré.

"Vou cantar músicas que interpretei durante toda a minha vida. Será um apanhado geral da carreira. Inclusive, o nome do show é uma referencia à parceria com o Vinicius”, afirma ela, dando destaque à letra composta por ambos na década de 1960 e que dá nome ao espetáculo.

No repertório estão ainda “Morrer de Amor”, “Absinto”, “Voz de Mulher”, “Retrato em Branco e Preto”, “Amigo Amado” e muitas outras. Será mais de uma hora de show. Já “Onde Está Você”, o primeiro sucesso nacional de Alaíde, lançado na década de 1960, deverá fechar a apresentação. “Deixo essa sempre para o bis. O público gosta.”

Apesar de esta apresentação no Sesc Carmo não contar com participações, Alaíde não estará sozinha. No palco, estarão um pianista e um flautista. “Espero que no show de logo mais, no Carmo, a plateia esteja comigo. Tenho me apresentado por aí e conseguido boas casas. Não há nada mais gratificante para o artista do que isso, uma boa plateia.”

Alaíde acaba de completar seis décadas de história e afirma ser um prazer poder trabalhar. “São 61 anos de carreira. É um aprendizado constante. Não canto igual. Vou aperfeiçoando. [...] Os fãs lotando as casas por onde passo e os aplausos são o combustível que me move. Tem um disco que está para sair no qual regravei muita coisa, obras de grandes nomes. Tem Ivan Lins, Gilberto Gil, Gilson Peranzzetta, Moacir Santos (1926-2006). Todas que sempre entram nos shows."

A cantora também planeja o lançamento de alguns projetos para os próximos meses. Segundo ela, há desejos que ainda não foram realizados, mesmo com 60 anos de história. “Há muito tempo eu sonho em produzir um disco Alaíde canta Dalva de Oliveira [1917-1972]. Mas fazer do meu jeito, com a minha verdade. A Dalva é muito especial para mim, aprendi muito com ela, embora nossas vozes não tenham nada a ver.”

Ela completa dizendo que lançará um projeto com a amiga de longa data e cantora Claudette Soares. “Fizemos um show ao vivo no teatro Itália sem pretensão nenhuma de virar disco. Mas acabou virando e estamos fazendo shows. Nós cantamos mais uma bossa nova. E em 2019 eu quero um CD no qual eu canto obras de Edu Lobo e de Chico Buarque”, finaliza a artista.

SHOW EM CLIMA INTIMISTA

A apresentação desta quinta (23) de Alaíde Costa vai explorar a proximidade com o público. De acordo com Rosielle Machado, técnica de programação em música do  Sesc Carmo, o local do evento está sendo preparado com todo o carinho para receber pela primeira vez a artista.

O show acontece no espaço do restaurante, às 19h, e o local será adaptado de modo com que as mesas tenham visão para o palco. O espetáculo, segundo Rosielle, vai acontecer em ambiente intimista, com 190 lugares.

De acordo com ela, já estava mais do que na hora de Alaíde marcar presença na unidade. "O show é voltado para público de diferentes faixas etárias. A escolha dela levou em conta a sua trajetória e a voz potente, que emociona o público com suas interpretações. Além disso, esse show é importante, pois traz à tona também a faceta compositora de Alaíde."

Apesar de a artista ter se consagrado como intérprete, ela compõe desde os 17 anos e tem canções em parceria com ícones da música. O Sesc Carmo prepara ainda mais shows. Dentre eles, no dia 26 de novembro, destaque para o projeto de rock eletrônico Benzina, comandado por Edgard Scandurra (conhecido também por seu trabalho na banda Ira!). BNegão participará da apresentação.

Alaíde Costa em “Tudo o que É Meu”

  • Quando Quinta (23), às 19h
  • Onde No Sesc Carmo (r. do Carmo, 147, Sé)
  • Preço R$ 20
  • Classificação 16 anos
  • Telefone (11) 3111-7000
  • Lotação 190 lugares
 
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