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Pesquisa identifica área do cérebro que decide quando enganar alguém

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Cientistas da Universidade Duke identificaram uma região do cérebro que interfere especificamente na maneira como agimos quando nos deparamos com um oponente e pensamos em enganá-lo.

As interações sociais fazem com que o cérebro opere sob regras diferentes e podem influir na tomada de decisões, assinala o artigo publicado na quinta-feira (5) pela revista "Science".

Neurocientistas já detectaram em estudos prévios que as pessoas raramente tomam decisões de maneira isolada. Elas são susceptíveis ao que outros indivíduos querem ou esperam.

"Uma ligação telefônica e uma conversa rápida com a mãe ou com um amigo pode nos fazer pensar duas vezes antes de tomarmos uma decisão. E pode nos dar a coragem para seguir adiante com um plano", cita o texto publicado.

Scott Huettel e colegas do Centro Interdisciplinar para Ciência de Decisões em Duke, na Carolina do Norte (EUA), desenvolveram uma experiência na qual os participantes --pessoas comuns sem experiência no pôquer-- jogaram partidas virtuais contra um ser humano e um computador.

Os voluntários foram conectados a um aparelho de imagem funcional por ressonância magnética (MRIf) e, mediante algoritmos de computador, tiveram 55 regiões do cérebro escaneadas pelos pesquisadores para que pudessem observar o volume de informações processadas em cada uma delas.

Os cientistas verificaram que uma só região cerebral, a conjunção temporal parietal (CTP), se ocupa das informações específicas acerca das decisões tomadas contra outro humano.

A CTP é uma área do cérebro onde se encontram os lóbulos temporal e parietal e que, de acordo com os estudiosos, desempenha um papel crucial nos processos de distinção do "eu" e dos "outros".

Alguns experimentos demonstraram que o estímulo elétrico da CTP pode causar experiências extracorpóreas e os transtornos eletromagnéticos nessa área afetam a capacidade do indivíduo para a tomada de decisões morais.

Em algumas partidas de pôquer da experiência em Dukek, os grupos receberam uma "mão" de cartas obviamente fraca, e os pesquisadores observaram a forma como o jogador pensava em enganar seu adversário.

Os sinais do cérebro, captados pelo MRIf, indicaram aos cientistas quando o participante pensava em blefar, se considerasse o adversário um bom jogador de pôquer. Já quando o participante jogava contra um computador, os sinais desde a CPT não indicavam as decisões que tomaria.

O principal pesquisador do estudo, McKell Carter, indicou que a CPT é uma área limítrofe no cérebro e pode estar na interseção onde se reúnem as informações de atenção e as informações biológicas.

Antes de começar a partida, os participantes se apresentavam e apertavam a mão de seus adversários humanos. Em geral, segundo observou Carter, eles prestavam mais atenção no adversário humano que no computador, o que é coerente com o impulso humano de comportamento social.

"Há diferenças neurais que são fundamentais entre as decisões tomadas em um contexto social e um não social", indicou Huettel, autor principal do artigo.

"A informação social pode fazer com que nosso cérebro jogue com regras diferentes das que usaria em uma situação não social", acrescentou.

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