Estilo

De couro reciclado a tingimentos naturais, indústria da moda tenta limitar danos ambientais

Studio 189 apresenta coleção de roupas tingidas naturalmente, produzidas com comunidades de Gana

Atriz Rosario Dawson, cofundadora da Studio 189
Atriz Rosario Dawson, cofundadora da Studio 189 - Tommaso Boddi/Getty Images/AFP
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Alicia Powell Roselle Chen
Nova York

A moda tem objetivo de fazer você se sentir bonito e bem consigo mesmo, e agora a indústria fashion está finalmente adotando medidas para criar o mesmo efeito no planeta.

A indústria da moda é uma das mais prejudiciais do mundo, sendo responsável por cerca de 10% de todas as emissões de gases causadores do efeito estufa, de acordo com a Oxfam. 

Algumas marcas estão tentando cortar desperdícios e ser mais sustentáveis, como a Badgley Mischka, que está alterando o processo de produção de seus itens.

“É um negócio diferente do que era, até mesmo há cinco anos. As fábricas que usamos são fábricas de produção sem desperdícios, onde tudo é reciclado”, disse o designer Mark Badgley. 

A Studio 189 apresentou em Nova York na semana passada sua coleção de roupas tingidas naturalmente, com inspirações africanas, e produzidas em colaboração com comunidades de Gana.

“Precisamos ter esta conversa na indústria da moda mais do que qualquer outra coisa”, disse a atriz Rosario Dawson, cofundadora da empresa, junto com Abrima Erwiah, ex-executiva da Bottega Veneta. A empresa tenta criar empregos e apoiar educação em parceria com a Iniciativa de Moda Ética das Nações Unidas. 

A fabricante de automóveis Hyundai se juntou à marca Zero + Maria Cornejo na Semana de Moda da Nova York para uma coleção que usou restos de couro dos carros da companhia.

Cornejo afirmou que o objetivo é mostrar como as sobras de pequenas e grandes empresas podem ser usadas. 

“Não precisa ser descartado. Pode encontrar uma nova vida. É sobre recriar, reimaginar, reciclar. É basicamente sobre ser criativo com coisas que normalmente seriam descartadas”, disse. 

Em torno de 97% nas roupas são terceirizadas para produção em países pobres, onde donos de fábrica competem nos preços, levando ao descarte de roupas em aterros e ao escoamento químico perigoso de fábricas, de acordo com Andrew Morgan, diretor do documentário “The True Cost”, de 2015.

Reuters
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