Thiago Stivaletti

Após quatro anos da melhor novela da década, veja a trajetória do elenco de 'Avenida Brasil'

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A gente gosta de novela, mas é preciso admitir: já estamos quase em 2017 e nesta década, de 2012 para cá, o país só produziu um grande folhetim, "Avenida Brasil".

Depois de muito disse me disse sobre uma possível reprise no canal Viva, que não rolou até agora, a Loja Globo (ex-Globo Marcas) vai lançar a novela em DVD.

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Outro dia, quando foi exibida a propaganda do box em um comercial da emissora, confesso que o coração deu aquele pulo de noveleiro saudoso, e me peguei cantando o "oi oi oi!" da abertura.

Como nada foi como antes depois de "Avenida Brasil", vamos ver como foi o futuro desse elenco brilhante depois que eles abandonaram o maravilhoso bairro do Divino:


Adriana Esteves (Carminha)

Adriana já deve ter entendido que nunca mais vai ter uma personagem como Carminha.

A Globo nem pensou em colocá-la em "A Regra do Jogo", a novela seguinte de João Emanuel Carneiro, porque a concorrência com a falecida seria desleal.

Em vez disso, deu a ela Inês, a antagonista da vilã de Glória Pires em "Babilônia", mas a rivalidade das duas era entediante e a novela afundou.

Neste ano, Adriana voltou com tudo e só colheu elogios pela humilde Fátima, que vai presa injustamente na série Justiça.

Débora Falabella (Nina)

Novela que é poderosa mesmo forma casal na vida real. Depois de "Avenida Brasil", os intérpretes de Nina e Tufão foram felizes para sempre, e Débora e Murilo Benício estão juntos até hoje.

Depois da grande mocinha vingadora da década, que espalhou os memes de "Me serve, vadia!" e foi culpada de burrice pela internet inteira por não saber o que é um pendrive, Débora fez bem e se afastou da teledramaturgia, pegando só bons papéis em séries (Dupla identidade, Nada será como antes).

Ano que vem, porém, ela volta na próxima novela da Glória Perez. Força, amiga, você vai precisar.

Murilo Benício (Tufão)

Galã pau pra toda obra na Globo, Murilo até foi considerado para viver o herói ambíguo Romero Rômulo em "A Regra do Jogo", mas acabou mesmo vivendo um avatar de Steve Jobs em "Geração Brasil", uma novelinha das 19h sem graça que só lembrava "Avenida Brasil" no nome mesmo.

Pelo menos teve um papel forte como o coronel traído na série "Amores Roubados", e este ano em "Nada Será Como Antes".

Vera Holtz (Mãe Lucinda)

Vera é a verdadeira camaleoa da TV hoje. Pode fazer a rainha do lixão, a vilã gostosa, ou ainda fazer aqueles ensaios incríveis com seu cabelo mil funções no Instagram.

Mas não deu muita sorte até agora: sua dona Redonda em "Saramandaia" não foi memorável como a de Wilza Carla (mas o remake inteiro era esquecível), e a vilã Magnólia de "A Lei do Amor" parece saída de um novelão americano ruim.


Cauã Reymond (Jorginho)

A estrela de Cauã já vinha em ascensão na Globo com a novela "Cordel Encantado" quando o ator pegou o papel de Jorginho, o craque do futebol que odiava a própria mãe, Carminha, e se apaixonava pela vingativa Nina.

Depois da trama, ele estrelou nada menos que quatro séries: "Amores Roubados", "O Caçador", "Justiça" e "Dois Irmãos", que estreia em janeiro e na qual ele entra para o seleto grupo de atores que viveram gêmeos na TV.


José de Abreu (Nilo)

O doido do lixão da Mãe Lucinda parece ter levado um pouco do personagem para casa. José de Abreu causou na mídia ao cuspir em um casal que o xingava em um restaurante em São Paulo por ser petista.

Na TV, não parou e fez mais uma novela por ano. Depois de "O Rebu" e "Joia Rara", ele viveu Gibson, o misterioso chefe da Facção em "A Regra do Jogo". Era um bom personagem, mas como a novela teve pouca repercussão, não rendeu como poderia.

Marcello Novaes (Max)

O grande surfista de 50 anos da Globo —depois que Kadu Moliterno não morreu, mas foi para Record—, Marcello Novaes viu seu cafajeste Max brilhar na esteira da Carminha.

Depois, foram quatro participações mornas em novelas e séries, da malfadada "Além do Horizonte" à atual "Sol Nascente", em que revive o já encerrado casamento com Letícia Spiller.

Francamente: o que esperamos mesmo é ver ele com Adriana Esteves de novo numa novela por aí.

Ísis Valverde (Suellen)

O termo periguete ganhou nova dimensão depois de Suellen, a desinibida do Divino que entrava num ótimo triângulo amoroso com os amigos Leandro e Roniquito.

Ísis foi outra que só cresceu depois de "Avenida Brasil": estrelou duas séries ("O Canto da Sereia" e "Amores Roubados"), viveu a mocinha recatada na novela da 18h "Boogie Oogie" e agora vai viver outra sereia, quase de verdade, na próxima novela das oito, "A Força do Querer".


José Loreto (Darkson)

Assim como "Avenida Brasil" mostrava uma família de emergentes, também teve seus atores emergentes. Cafuçu de luxo, José Loreto virou sinônimo de galã classe C depois do Darkson, que empinava o bumbum e vendia lingerie para todo o bairro do Divino.

Foram mais três novelas depois e um belo papel no cinema, o do lutador José Aldo no filme "Mais Forte Que O Mundo".

Cacau Protásio (Zezé)

Outra grande representante do povão na novela foi Zezé, a empregada maluca da mansão de Tufão que sensualizava sozinha com o aspirador quando os patrões não estavam em casa.

Num elenco em que não faltava gente brilhando, Cacau, que não era nenhuma novata —naquele momento estava em sua quinta novela— se projetou como comediante, levando o seu humor para o "Vai que cola" e o "Ferdinando Show", ambos do Multishow.


Thiago Stivaletti

Thiago Stivaletti é jornalista, crítico de cinema e noveleiro alucinado. Trabalhou no "TV Folha", o extinto caderno de TV da Folha, e na página de Televisão do UOL. Viciou-se em novela aos sete anos de idade, quando sua mãe professora ia trabalhar à noite e o deixava na frente da TV assistindo a uma das melhores novelas de todos os tempos, "Roque Santeiro". Desde então, não parou mais. Mesmo quando não acompanha diariamente uma novela, sabe por osmose todo o elenco e tudo o que está se passando.

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