Márcia Goldschmidt puxou o tapete de Cátia Fonseca?
Mesmo sem contato, desejo muita sorte a ambas, porque carisma e coragem elas já têm de sobra
Cátia Fonseca rescindiu seu contrato com a Band e, ao que tudo indica, pegou a emissora de surpresa. Numa nota publicada em seu Instagram, a apresentadora disse ter fechado um ciclo e falou de sua carreira de 30 anos.
Logo depois, abriu uma live em seu canal no YouTube e respondeu perguntas de seus fãs. As explicações foram genéricas, como "falta de estrutura" e "vontade de buscar novos caminhos", mas o motivo do encerramento súbito do contrato não foi totalmente esclarecido.
Como bem sabemos, quando um enigma fica sem uma solução clara, as redes preenchem os buracos com todo o tipo de teoria.
Uma delas envolve outra apresentadora, Márcia Goldschmidt, que tem frequentado a emissora dos Saad. Há alguns dias, essa possível volta de Márcia para comandar um programa fez com que um colunista de TV comentasse que ela estaria de olho no lugar de Cátia.
Márcia falou de sua carreira de 30 anos e respondeu dizendo que "não puxa tapete, puxa audiência". Porém, com a demissão de Cátia, o tapete voador voltou a circular pelas redes sociais. Mas será que essa história da "puxada de tapete" é verdade?
Vou começar a opinar pedindo que você repare na coincidência do tempo de carreira de ambas: 30 anos. Sim, porque tanto Márcia quando Cátia tornaram-se apresentadoras em 1995. E mais, ambas viraram apresentadores por minha interferência. Explico.
Em 95, fui contratada pela família Montoro, dona da então Rede Mulher de Televisão, como diretora artística. Assim que entrei, propus uma renovação da grade, que teria um programa carro-chefe chamado Universo Feminino. E, para apresentá-lo, escolhi uma jovem muito simpática e brejeira, que já trabalhava na Rede Mulher, lendo as receitas de um programa de culinária. Seu nome, Cátia Fonseca.
O dono da emissora quase me demitiu. Queria que eu chamasse "um nome de peso" para o principal programa e não uma iniciante da casa. Pois eu bati o pé e dei o programa para a Cátia. E foi assim que ela começou essa carreira de sucesso que construiu. Nessa época, eu também era repórter do programa Show Business, apresentado por João Dória Jr. e, numa pauta, entrevistei a dona da agência de casamentos Happy End, a empresária Márcia Goldschmidt.
Ao terminar a conversa, comentei que ela deveria trabalhar em TV. Deixei meu contato e fui embora. Dias depois, Márcia me ligou perguntando como ela poderia, de fato, trabalhar na TV. Eu disse que algumas emissoras, como a Rede Mulher, vendiam horário na grade. Ela poderia comprar um horário e ter seu programa.
Márcia pediu minha ajuda. Eu formatei um piloto e roteirizei o programa de relacionamentos Happy End, mesmo nome da agência. Márcia chegou a propor que eu largasse todas as minhas atividades para cuidar exclusivamente dela. Agradeci e declinei. De qualquer forma, ali nascia a apresentadora Márcia, que depois cativaria Silvio Santos e faria o sucesso de seu programa que levava seu nome no SBT.
Cátia e Márcia seguiram seus caminhos, mudaram de emissoras, de relacionamentos, cresceram, aprenderam, viraram profissionais consagradas, cada uma com seu estilo e personalidade. Márcia marcou época na Band e, junto com seu genial diretor Rodrigo Branco, criou um formato popular de grande audiência.
Cátia, com seu jeito alegre e despojado, sempre foi responsável por boa parte do faturamento das empresas onde trabalhou, como a TV Gazeta e a Band. Ela chegou a apresentar o Note e Anote, quando Ana Maria Braga trocou a Record pela Globo.
Depois de três décadas, os caminhos de Márcia e Cátia, que se iniciaram como apresentadoras na Rede Mulher, voltam a se cruzar (ou quase) na Band, com a possível volta de Márcia e a já definida saída de Cátia.
Quanto ao tapete, acho bobagem. Márcia não precisa tirar o lugar de ninguém. Ao contrário, pela minha intuição, a Band sempre vai ter um lugar aberto para ela. Cátia também não abriria mão de seu contrato pela chegada de quem quer que fosse. Não é de sua índole se pautar pelos outros, ela é muito focada em sua própria vida.
Embora não tenha mais contato com Cátia e Márcia, deixo aqui meu desejo de muita sorte a ambas, porque carisma e coragem elas já têm de sobra.
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