Renato Kramer

Marco Ricca valoriza momentos finais de "O Astro"

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"Em setembro, se Vênus me ajudar, virá alguém. Eu sou de Virgem, e só de pensar me dá vertigem" (Bijuterias - João Bosco) - trilha de abertura de "O Astro", que termina hoje.

Samir Hayalla (Marco Ricca), o vilão-mor da trama, tentou matar Beatriz (Guilhermina Guinle) no capítulo de ontem de "O Astro" (Rede Globo). E não foi só isso. Foi preso, foi solto, discutiu com os seus irmãos Amin e Youssef (Tato Gabus Mendes e José Rubens Chachá - em boas atuações), enfrentou tudo e todos com muita garra.

"O Astro", em seus momentos finais, assume um ritmo frenético e mais envolvente, dando a oportunidade aos atores de mostrarem melhor as suas habilidades. O elenco conta com grandes atores. Dentre eles, Marco Ricca se destaca.

Crédito: João Miguel Júnior/Tv Globo O ator Marco Ricca no papel de Samir em "O Astro"
O ator Marco Ricca no papel de Samir em "O Astro"

Fazer o 'vilão' pode ser um desafio perigoso. Cair no estereótipo do malvado não é nada difícil. Ricca não correu este risco. Criou o seu Samir com verdade e precisão. O seu personagem é voraz, tem sangue nos olhos, mas é rico em nuances.

O 'mocinho' também é arriscado. Por vezes, Rodrigo Lombardi (Herculano Quintanilha) deixou-se resvalar na pose de protagonista. Ontem teve a sua redenção total: deu um show ao enfrentar o desespero de ter o seu filho baleado num seqüestro. Brilhou ainda mais quando foi despedir-se dele no hospital. "Você vai ter que me esperar", fala comovido para o filho Alan (Bernardo Marinho). "Eu sempre te esperei", responde o rapaz --numa bela cena dos dois atores. Carolina Ferraz (Amanda) manteve-se cautelosa-- tanto nesta cena como em toda a sua participação.

A atriz Guilhermina Guinle também esteve muito bem ao enfrentar Samir na tentativa de assassinato de sua Beatriz. Gritou, chorou e 'se escabelou', dando energia e vibração à cena. Já Rosamaria Murtinho ganha pontos só com o olhar e a economia de gestos de seu personagem, a sofrida e traidora Tia Magda.

Regina Duarte, ao contrário, extrapolou por vezes em suas expressões faciais. É claro que a histeria da insatisfeita Clô Hayalla lhe permitia um tanto. Mas ontem parece mesmo ter sido o 'insight' de todos os personagens. Em meio a todo o caos e a tensão dramática da fuga de Herculano Quintanilha, a atriz o detém e solta, num close, com todo o carisma que a tornou a maior estrela da televisão brasileira: "que a sorte esteja sempre com você".

Quem não seguiu o mesmo caminho foi o ator Humberto Martins (Neco). Desde o início da trama exagerou no tom do seu personagem, e o manteve assim, tornando-o um tanto inverossímil. O contraponto da suavidade de Márcio (Thiago Fragoso) com a hiper energia de Lili (Alinne Moraes) enriqueceu a participação do casal.

"Eu vou precisar de sua ajuda", disse Herculano Quintanilha para Ferragus (Francisco Cuoco). "Você vai precisar da ajuda de Deus!", respondeu o mago. Uma mais do que merecida homenagem a Cuoco. Muito estilo na participação especial do ator que viveu o personagem de Rodrigo Lombardi originalmente.

"Minha pedra é ametista - minha cor, o amarelo... mas sou sincero, necessito ir urgente ao dentista" --continua a canção de João Bosco, a mesma que embalou a versão de Janete Clair de "O Astro" (1977), dirigida por Daniel Filho (Salomão Hayalla, na atual).

E afinal, quem matou este Salomão Hayalla? Sim, porque reza a lenda que o primeiro, vivido pelo saudoso ator Dionísio Azevedo, foi Felipe (Edwin Luisi) --vivido agora por Henri Castelli. Que surpresa podem nos reservar os autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro? Boatos diversos permeiam os sites televisivos. Hoje à noite serão confirmados. Ou não.

E que fim aguarda o perverso Samir Hayalla (Marco Ricca)? Será finalmente punido por seus crimes pelo inspetor Eustáquio (Daniel Dantas), que está sedento por seu sangue? Depois que Herculano virou uma pomba branca no capítulo de ontem, Samir bem que poderia transformar-se num corvo!

"Na idade em que estou aparecem os tiques, as manias" --dizem os versos finais de "Bijuterias".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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