Renato Kramer

'A maturidade tem sido muito boa para mim', diz Glória Pires

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"Com quatro anos ela já trabalhava na TV ['A Pequena Órfã', TV Excelsior, 1968]. Com 8 ela fez a sua primeira novela ['Selva de Pedra', Globo, 1972], e aos 15 anos ela fez a sua primeira protagonista ['Dancin' Days', Globo, 1978]", foi como Angélica anunciou uma das melhores atrizes da televisão brasileira em seu "Estrelas" deste sábado (28): Glória Pires.

"A maturidade foi muito boa para mim, tem sido muito boa para mim", declarou a atriz Glória Pires. "Mas o melhor de tudo foi comigo mesma —eu era muito rígida! Tinha muito medo de errar, tinha muito medo de falhar", confessa a atriz, que se encontra no auge de sua carreira.

O fato de ter crescido na televisão só a ajudou, comentou Glorinha: "Eu comparo com uma coisa que meu pai falava: é bom quando o artista ganha picadeiro. Era um termo que tinha antigamente para o artista que tinha jogo de cintura, maleável. E eu acho que a televisão me trouxe isso", afirma.


"A vida escolar para mim foi muito difícil, porque meus pais se mudaram muito. E para uma pessoa tímida, mudar de escola é um momento muito difícil", diz Glória. "E na última escola em que eu estudei eu sofri 'bullying'. Mas para minha sorte, porque Deus sempre foi muito bom para mim, a minha professora de teatro era a [atriz] Louise Cardoso. Ela comprou a minha onda", conta.

Se ela acha que perdeu alguma coisa da infância por ter começado tão cedo? "Talvez sim. Por exemplo: eu não se andar de bicicleta", confessa Glorinha. Vilã ou mocinha? "É uma pergunta que eu não consigo responder", diz Glória. Mas em entrevista de arquivo ela confessara que preferia as vilãs: "Heroína de novela é uma coisa muito mal resolvida, normalmente elas são muito bobas —as vilãs são mais engraçadas".

"Eu acho que os autores curtem escrever as vilãs. Então eles se jogam mais, não tem o julgamento, que eu acho que é o que atrapalha as mocinhas", acrescenta Pires que adora cinema e fez apenas uma peça de teatro infantil.

Angélica quis saber porque a atriz não voltou a fazer teatro. "Pois é...não rolou. Até tive uns convites bem interessantes, mas a minha vida é basicamente na televisão", respondeu Glorinha. "Em algum momento você percebeu algum tipo de preconceito dos colegas pelo fato de não fazer teatro?", perguntou a apresentadora.

"Sim, no início tinha sim", responde a atriz. "Algumas pessoas até entendiam que eu falava alguma coisa contra o teatro, que eu desmerecia o teatro. Depois a coisa se assentou", concluiu.

Quando não está trabalhando Glória Pires se dedica cem por cento à família. "Eu preciso, sabe? É o que realmente me alimenta, me afaga, me acalma". No lazer? "Adoro ver filmes, adoro desenhar, adoro ler...qualquer coisa em casa", confidencia a atriz que diz amar eternamente os Beatles.

"A grande mudança na minha vida foi ter encontrado o Orlando (Morais, seu marido), porque ele que abriu as portas de um mundo que eu não imaginava. Foi um divisor de águas na minha vida", declara Glória Pires: sem sombra de dúvidas, uma de nossas melhores atrizes.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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