Renato Kramer

Ney Latorraca revela que misturou bebida com tarja preta e destruiu suíte de hotel nos anos 90

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"Eu acho que eu vim para a terra com essa função: animar as plateias e as pessoas", declarou o ator Ney Latorraca, 71, o convidado especial do "Calada Noite" (GNT) da quarta-feira (14).

"Mas às vezes eu volto pra casa e me sinto exausto, porque eu não consigo parar, desde pequeno", confessa Ney. Quanto a ser notívago? "A noite é minha amiga. Eu fico torcendo pra ela chegar, na verdade. Eu funciono mais à noite", declara.

O ator conta que preenche as suas noitadas falando muito ao telefone. "Adoro", assume. E é sempre com as mesmas pessoas, sobre os mesmos assuntos. "E elas respondem sempre as mesmas coisas!", afirma Latorraca.

Quanto ao fato de ter que ir dormir mais cedo para se esquecer da fome quando criança, Ney reafirma que é verídico mas que não restou nenhum trauma disso.

Quando decidiu ser ator, os pais, que trabalhavam em cassinos, demonstraram preocupação quanto ao seu futuro e tentaram dissuadi-lo, avisando-o que essa profissão não ia lhe dar tudo o que ele queria. Mas Ney respondeu: "Mas comigo vai ser diferente, porque eu vou virar uma estrela!". E virou. Tanto que durante muito tempo tornou-se referência no mundo artístico, e Alberto Roberto (personagem de Chico Anysio) criou um bordão que dizia: "Te cuida, Latorraca!".


De repente o ator faz uma confissão bombástica: "Eu quebrei um hotel todinho uma vez, porque misturei bebida com Dormonid. Quebrei todinha a suite do Ceasar Park, piano, tudo... Não sobrou nada! Quebrei com um machado", contou. "Ney, quando foi isso?", perguntou a apresentadora Sarah Oliveira com certo espanto.

"Foi quando eu fiz 47 anos. O meu presente era esse, dormir na suíte. Bebi tudo o que tinha dentro e fora do frigobar!". Se ele bebia muito? "Muito, e fumava também", admite o ator. "Mas parei. Eu não tenho categoria pra beber", confidencia Latorraca. "Eu não sei beber, tem pessoas que sabem. Eu não tenho limites".

E relembra: "Eu já fui um personagem da noite aqui do Rio de Janeiro. Das festas, das boates, de dançar muito. Isso de 74 até 80". Eu enlouqueci. Desfilava em todas as escolas, ia em todas as festas, varava a madrugada e depois ia gravar. Nós somos notívagos, os artistas. A criação é notívaga", conclui.

Quanto ao sucesso que fez ao lado do ator Marco Nanini no espetáculo "O Mistério de Irma Vap" (Charles Ludiam), peça que ficou 11 anos em cartaz e deu origem ao filme "Irma Vap - o Retorno" (2006), de Carla Camurati, Ney atribui à sabedoria da diretora Marília Pêra por ter deixado os dois atores soltos no palco. "Ela nos deixou livres, era um pretexto para ficarmos totalmente à vontade, e o público enlouqueceu junto", diz Latorraca.

"Quando você tem a paz de uma criança dormindo?", pergunta Sarah no embalo da canção de Dolores Duran ("A Noite do Meu Bem"). "Quando eu sou reconhecido pelas pessoas. 'Oi, Ney', aí vem uma criança 'oi, seu Ney'. Aí vem um que confunde 'oi, Francisco Cuoco', mas não tem importância. Aí me vem uma coisa assim: deu certo!".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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