Glória Menezes volta a brilhar nos palcos em 'Ensina-me a Viver'
Comemorando os seus 55 anos de carreira e 80 de idade, a atriz Glória Menezes, que encanta o Brasil na telinha há tanto tempo, voltou ao cartaz nesta sexta-feira (7) no palco do teatro Bradesco (SP).
Eu a conheci quando já era literalmente uma "deusa" da televisão. Glória protagonizava "A Deusa Vencida" (1965), de Ivani Ribeiro, direção de Walter Avancini, na extinta TV Excelsior. Mas isso ainda era só o começo de uma trajetória brilhante.
Mais tarde desabrochou para o Brasil como a bela "Rosa Rebelde" (1969), de Janete Clair, sob a direção de Daniel Filho, já na Globo. No ano seguinte, envolveu a todos com as suas diversas personalidades: Lara, Diana e Márcia em "Irmãos Coragem" (1970), também da dupla Janete Clair/Daniel Filho.
Daí em diante foi uma sucessão de sucessos, entre cinema, teatro e televisão. Entre eles, voltou a dar um banho de interpretação ao viver a perigosa Laurinha Figueroa em "Rainha da Sucata" (1990), de Silvio de Abreu, sob a direção de Jorge Fernando. Laurinha está sem dúvida no top 5 das melhores vilãs de novelas de todos os tempos.
Em "Ensina-me a Viver", peça baseada no filme homônimo de 1971, de Hal Ashby, com roteiro de Colin Higgins, Glória Menezes dá uma lição de vida. Ela entra em cena com muita leveza, mas absolutamente segurança de sua personagem, que esbanja alegria. A Maude de Glória consegue ser divertida sem ter a intenção de ser engraçada, consegue ser terna e suave sem parecer pueril. Se a "deusa" era "vencida" e a "rosa" era "rebelde", Maude é adorável, encantadora e carismática. Maude é a Glória!
A direção do espetáculo é do talentoso João Falcão, que acerta no ritmo e no equilíbrio do tragicômico proposto pelo texto. A luz de Renato Machado ajuda a criar o clima do espetáculo, assim como a trilha de Rodrigo Penna e os figurinos corretos de Kika Lopes.
O elenco é fortalecido pela atuação de Arlindo Lopes, que interpreta um Harold rico em nuances, transitando com verossimilhança do introvertido ao explosivo, com um final pleno de emoção. Ângela Dip dá um toque de classe ao espetáculo, emprestando beleza e timing perfeito para a afetada Helena Chasen, mãe de Harold.
Elisa Pinheiro ganha a plateia como Dora Alegria, uma atriz histriônica, pretendente de Harold, Márcio Vitto se desdobra em cinco personagens distintos e Verônica Valentim, Guilherme Siman, Walisson de Souza e Jamil Kubruk completam a trupe.
"Ensina-me a Viver" fica em cartaz no teatro Bradesco São Paulo até 7 de setembro. Poder assistir Glória de perto é a glória!
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