Renato Kramer

'Ser samba-enredo é um privilégio que pouca gente teve em vida', afirma Zezé Di Camargo

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"Se a popularidade não é a glória, é contudo o seu mais saboroso condimento". Com essa máxima do escritor italiano Paolo Mantegazza que Gabi abriu a entrevista do "Marília Gabriela Entrevista" (GNT) último domingo (19) com a dupla Zezé Di Camargo & Luciano.

Com 24 anos de carreira, 26 Cds e 5 DVDs, a dupla está lançando o seu mais recente trabalho "Flores Em Vida" (CD e DVD). Logo de início, Gabi chama a atenção para os belos relógios que os irmãos ostentavam.

"A popularidade deu isso também pra vocês?", perguntou afirmando a jornalista. "Também", respondeu de pronto Luciano que usava um relógio com fundo de caveira cravejado de brilhantes. "Eu amo caveira, pode ver que eu tô usando um anel de caveira, tenho camisetas com caveira, adoro! E eu me apaixonei por esse relógio!", declarou o sertanejo.

"O meu é de ouro, de 1950, parece... Eu gosto dessas coisas assim antigas. Comprei em leilão", conta Zezé. Ao ser questionado se frequenta leilões, o cantor esclareceu: "O pessoal de leilão já sabe que eu gosto. Eu tenho cadastro em quase todos". Se ele é um colecionador? "De relógio eu sou, tenho muitas peças lá em casa, tanto antigos quanto atuais", declara Zezé.

Ainda falando sobre o retorno financeiro da carreira, Zezé declarou: "A gente podia ter feito muito ter feito muito mais extravagância nesses anos todos. Porque a gente saiu do nada. Foi como se a gente ganhasse na Mega Sena: você deita pobre e amanhece rico!", diz Zezé.


"Em seis meses a gente já estava morando numa casa própria, uma casa boa em Alphaville (SP). Foi meteórico! E não tinha a concorrência que tem hoje, tantos artistas tudo do mesmo nível. A gente explodiu, só tinha Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, três duplas para atender o Brasil inteiro! Então veio muita coisa assim para a gente. A gente realmente poderia ter feiro muito mais extravagância!", confessa o cantor.

"No início eu trocava de carro todo o ano, agora o meu carro é 2008. Mas claro que é um carro bom, blindado e tudo", arremata Zezé. "E qual é o seu luxo?", pergunta Gabi para Luciano. "Posso falar mesmo? Cristal!", responde o cantor com brilho nos olhos.

"Sou colecionador de cristais. Eu tenho peças de 1940, peças únicas cujo valor arrecadado vai direto para instituições de caridade. Esse é um grande luxo que eu tenho", afirma Luciano.

"Agora vocês chegaram ao top de linha do sucesso e serão tema de enredo de escola de samba em 2016", comenta Gabi. "Da Imperatriz Leopoldinense", confirma Zezé. "Na verdade vão ter muitas coisas que não estiveram presentes no filme ("Dois Filhos de Francisco" - 2005). Mas eles não contam nada pra gente. A única coisa que a gente sabe é que eu e o Zezé vamos desfilar no último carro", acrescenta Luciano.

"É um privilégio que nós estamos tendo em vida que pouca gente teve", diz Zezé sobre o enredo "É o Amor Que Mexe Com Minha Cabeça e Me Deixa Assim: Do Sonho de Um Caipira Nascem Dois Filhos do Brasil". "Eu quero estar lá, porque eu quero ver aquela avenida inteira cantando!", profetiza a jornalista. "Faz tempo que não tem um samba-enredo popular, que todo o mundo cante", diz Zezé. "Espero que o nosso seja!", complementa Luciano.

Sobre os novos projetos e parcerias, Luciano afirma que a dupla se sente envaidecida e Zezé acredita ser também uma 'oxigenada' na carreira. "Essa turma tem a gente como referência. Luan Santana (que já declarou sonhar em gravar com a dupla), uma galera nova do sertanejo que cresceu ouvindo Zezé Di Camargo & Luciano, mesmo que não cante parecido com a gente, mas existem e cantam influenciados por Zezé Di Camargo &Luciano", afirma Zezé.

"Zezé Di Camargo e Luciano" conseguiram chegar aos 24 anos de sucesso, mas de sucesso mesmo!", afirma Luciano. E explica: "Eu gosto de falar na terceira pessoa para que a gente possa falar em números sem parecer prepotente. Então, Zezé Di Camargo & Luciano já venderam mais de 40 milhões de discos. Para essa turma que está chegando é um sonho chegar onde nós chegamos!", ressalta a segunda voz da dupla.

"Já deu cansaço?", pergunta Gabi. "Tem vezes que acontece", confessa Zezé. Gabi pergunta então se não é mais por dinheiro que a dupla continua trabalhando, ou se chegou a um patamar tal que se parar não dá para pagar todo o esquema. "Se vacilar não paga", diz Luciano. "A máquina para", afirma Zezé, que confessa as duas horas de palco dos shows serem duas horas de orgasmo para ele até hoje.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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