Renato Kramer

'A primeira vez que eu vi uma mulher pelada foi na enciclopédia', confessa Amaury Jr.

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O "Programa Amaury Jr." (RedeTV!) desta quarta-feira (27) versou sobre a nudez feminina e o impacto que as revistas especializadas ainda podem causar no adolescente da era da internet.

Pelo telão, Amaury recebeu Sérgio Xavier, o diretor da Revista Playboy, que está completando 40 quarenta anos de existência no mercado. "E ainda é a maior referência do ramo", assegura Xavier, puxando a brasa para o seu assado.

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"Antigamente era a única maneira do adolescente conhecer o corpo feminino, dele conhecer o nu – porque a Playboy é a única que traz o nu frontal. Isso é algo sempre muito forte para o adolescente. Era ou Playboy ou nada! Então o adolescente ia lá, comprava escondido, porque era proibida para menores de 18 anos —ou então pedia para alguém comprar, era assim que funcionava", declara o diretor.

E acrescenta: "Hoje não é mais. Hoje a Playboy não é mais a fonte única, se você pegar o 'smartphone' e der dois cliques você vai chegar ao nu feminino. Porém, todo o mundo sabe que a marca do coelhinho é muito forte. Então ela continua sendo desejada, ainda que não seja a fonte única", garante Xavier.


"No meu tempo", confidencia Amaury Jr ao voltar para o estúdio, "a gente conhecia a anatomia da mulher —meu pai tinha uma grande biblioteca que continha a Enciclopédia Delta Larousse. Então a gente via a parte científica pela enciclopédia e ficava conhecendo a anatomia da mulher. A primeira vez que eu vi uma mulher pelada na minha vida foi na Delta Larousse!".

Realmente, houve um tempo em que as enciclopédias, como a própria Delta Larousse e a famosa Barsa, faziam as vezes do atual 'google'. O que hoje se diz: "procura no google", antes se dizia com a mesma naturalidade: "procura na Barsa". "Tempo, tempo, tempo".

"Depois vieram os catecismos de Carlos Zéfiro", continua seu depoimento o apresentador. "Eram as revistinhas de sacanagem comercializadas meio às escondidas nas bancas", conta Amaury.

O apresentador pede então que o diretor da Playboy revele quais teriam sido as 5 edições brasileiras mais vendidas. Sérgio Xavier declara que elas acontecem por volta do final dos anos 90. E relata: em quinto lugar, com a da dobradinha das Scheilas do Tchan (Sheila Mello e Sheila Carvalho) na capa. E na quarta mais vendida volta a aparecer a morena do Tchan: Scheila Carvalho.

A terceira Playboy mais vendida foi a que trouxe a apresentadora Adriane Galisteu estampada na capa e no belo ensaio com uma foto polêmica em que se depilava na banheira. A segunda mais vendida foi com a 'feiticeira' (Joana Prado), ainda sem tirar o véu. E a número um disparado, com um milhão e duzentos mil exemplares, foi a da 'tiazinha' (Suzana Alves), ainda com a máscara.


O repórter Caio Fischer entrevista o dono de uma conhecida banca no bairro do Campo Limpo (SP), que só vende Revistas Playboy. 'Guerrinha' tem desde a número um até a mais procurada e mais cara de todas: a edição em que a Rainha dos Baixinhos estampa a capa. Supervalorizada, a Playboy da Xuxa já foi vendida pela bagatela de 12 mil reais, segundo Guerrinha. Mas se o fã quiser alugar por seis dias, vai pagar apenas 350 reais.

A primeira edição brasileira é de julho de 1978, com a modelo gaúcha Debra de longuíssimos cabelos louros na capa. A edição da ex-atriz Lídia Brondi fica por hum mil e cem reais. O apresentador lembra de alguns outros nomes famosos que já estamparam a capa da revista masculina mais badalada: Mônica Carvalho, Antonia Fontenelle, Doris Giesse, Marina Lima, Bruna Lombardi, Vera Fischer, Betty Faria, Christiane Torloni e Cláudia Raia.

Algumas personalidades procuradas pela produção se negaram a dar algum depoimento sobre a sua passagem pela capa da Playboy. Sobre o fato de algumas mulheres quererem se desvincular da imagem dessa imagem anos mais tarde, o diretor da revista deixa um recado: "Se você teve o privilégio de ter o selo Playboy você pode ter certeza de que um dia você foi linda e muito gostosa!".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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