Renato Kramer

Interminável, 'Arena SBT' estreia misturando 'Domingo Legal', esporte e humor

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

É verdade que o novo programa esportivo "Arena SBT", que estreou neste sábado (8), faz parte da grade de variedades e não do jornalismo esportivo. Mas tanto ficou variado que quase perdeu o foco.

Independentemente de qualquer outra coisa o programa pareceu interminável.

Entre os comandantes do programa estão o jornalista comentarista Thomaz Rafael (um tanto formal na estreia), o jornalista comediante Smigol (mais à vontade e com certo carisma) e a modelo e atriz conhecida como a "queridinha do SBT", Lívia Andrade (que assume a clássica figura da "bela e tola" com muita propriedade).

Para abrir os trabalhos foi usada uma outra "presidenta" —tanto quanto na estreia de Rafinha Bastos, só que essa era Gordilma (Alexandre Porpetone) e ficou muito aquém da sua rival.

Os números de humor ficam todos ao encargo de Porpetone, que faz diversas imitações. E desfilaram Joel Sócana (Joel Santana), Ronalducho (Ronaldo), entre outros, e ainda Felipão de Forma (Felipe Scolari) —a sua melhor performance da noite.

Crédito: Roberto Nemanis/SBT/Divulgação Programa "Arena SBT" estreia no SBT. Na foto, parte da equipe: Smigol, Lívia Andrade, Thomaz Rafael, Edmilson, Alexandre Porpetone e Juliana Franceschi Crédito: Roberto Nemanis/SBT ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Os apresentadores do "Arena SBT"

A plateia numerosa participa com gritos e aplausos frenéticos, do mesmo jeitinho que nos programas "Domingo Legal" e "Silvio Santos". Deve ser marca registrada da casa. Uma banda ao vivo, a banda FDP (Filhinhos do Papai) e quatro "gatas da arena" em roupas sensuais completam o time.

Falando em roupa, Lívia Andrade estava belíssima, mas talvez para apresentar uma nova versão do "Fantasia", não para um programa esportivo.

Mais à vontade ainda estava a moça ao fazer o seu quadro "Lívia Andando Por Aí", com um bom shortinho jeans curto e uma blusa leve e esvoaçante. Causou furor ao entrevistar o pessoal do Clube Atlético Juventus", na Mooca (SP). A apresentadora ganha na espontaneidade, mas por vezes parece apelar propositadamente para o seu lado "periguete".

Quem domina melhor o gênero esportivo é a repórter Juliana Franceschi, que tem presença, tem domínio da pauta que está trabalhando e realiza estrevistas esclarecedoras. Foi assim ontem quando desvendou os segredos do jogo da "bocha" —mostrando que não só os idosos se dedicam ao tradicional esporte: mulheres e jovens estão cada vez mais se aventurando na bocha.

Um grande número de quadros, alguns clássicos outros não, desfilam no programa: "Melhores Momentos Esportivos"; "Central da Cópia" (assumidamente chupado do "Central da Copa" da Rede Globo); "Gavião" ( personagem que fica escondido dentro de um antigo rádio gigante —"porque a lata tá precisando funilaria!", segundo ele próprio); "Repórter Torcedor" (no qual um torcedor fanático manda um vídeo mostrando o quanto ama o seu time); "Made in Brazil" (onde um atleta que mora fora manda dizer como é o seu dia a dia longe do país); "O Melhor da Semana" e "Que Esporte É Esse?", sem contar os dos apresentadores.

O comediante Smigol se saiu bem com o seu "Smigooool", que para a estreia foi fazer uma visita aos bastidores da majestosa obra da Arena Corinthians. Embora flamenguista roxo, fez uma grande festa na Arena: nos banheiros, abriu até as duchas pra ver se saia mesmo água e enfiou a cabeça debaixo para ver se molhava. Na arquibancada, fez questão de fixar uma cadeira que estava sendo colocada para dizer que ajudou a construir a Arena Corinthiana.

Os convidados de estreia, o repórter investigativo Roberto Cabrini e o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez tiveram o seu momento em meio ao clima levemente jocoso, mas a "liga" deixou a desejar. Ficou um tanto truncada a participação deles com o resto do programa. Mesmo a entrevista e as intervenções do ex-jogador Edmilson —em tom mais sóbrio, destoaram do estilo "Praça da Alegria Esportiva" que o "Arena SBT" adotou.

O número musical ficou por conta de Gabriel, O Pensador —que se inseriu habilmente no contexto geral. Foi ele quem deixou uma das frases mais marcantes da noite, em seu rapp de despedida: "o brasileiro tá cansado de viver nesse puteiro".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias