"Melhores do Ano" devia chamar-se "Melhores da Globo"
O "Domingão do Faustão" (Rede Globo) de ontem apresentou a premiação dos 'Melhores do Ano'. Três finalistas de diversas categorias são escolhidos pelos funcionários da Rede Globo e afiliadas e, só então, é aberta a votação popular.
É inegável a qualidade dos profissionais envolvidos. Mas seria mais honesto se o prêmio fosse chamado "Melhores da Globo". Por motivos óbvios, grandes profissionais são deixados de lado pelo simples fato de trabalharem em outra emissora.
Dessa maneira, o jornalismo de qualidade da Band --assim como alguns bons programas de humor da casa, são totalmente ignorados. A teledramaturgia da Rede Record, que vem fazendo visíveis progressos, também. Atrizes do porte de uma Eliana Guttman, que vem desenvolvendo um belíssimo trabalho em novelas da Record, nem têm a chance de serem lembradas pelo prêmio do "Domingão".
Já conscientizados de que o "Troféu Domingão" é uma espécie de 'festa de final de ano da firma', podemos verificar os premiados.
"Ai Se Eu Te Pego", concorreu e ganhou como 'melhor música do ano'. O cantor Michel Teló não cabia em si de felicidade. A plateia não só o acompanhou na música inteira, como cantou por vezes mais alto do que ele. A canção, que já está rodando o mundo em diversas versões, parece ter vida própria. Fenômenos do mundo musical. Isso lembra uma afirmação do 'Pequeno Príncipe' (Saint-Éxupéry) que diz: "quando o mistério é por demais impressionante, a gente não ousa desobedecer".
O 'melhor ator coadjuvante' foi o ator Marcelo Serrado, pelo seu brilhante desempenho como "Crô", em 'Fina Estampa'. A estrela de "Fina Estampa" também foi premiada: Lilia Cabral, a improvável 'Griselda', venceu como 'melhor atriz' -- concorrendo com a sua arqui-rival 'Tereza Cristina', a atriz Christiane Torloni e a sempre excelente Glória Pires, por seu trabalho em "Insensato Coração".
Por esta mesma novela, Gabriel Braga Nunes foi eleito o 'melhor ator' --e muito gentilmente dividiu o troféu com o seu colega de elenco Eriberto Leão: "Eriba, é nosso!", exclamou o tenebroso vilão 'Léo', de "Insensato Coração".
Não menos merecido foi o prêmio de 'melhor atriz coadjuvante' para a atriz Cássia Kis Magro, pelo seu intenso trabalho na pele da sofrida Dulce em "Morde&Assopra". A 'atriz revelação' foi Giovana Lancelotti ( a Cecília de Insensato Coração) e a 'melhor atriz mirim' foi Jesuela Moro, a pequena Júlia de "A Vida Da Gente".
O prêmio de 'ator revelação' também foi muito mais do que merecido para o veterano ator dos palcos Domingos Montagner, pelo seu excelente desempenho como o cangaceiro Herculano, em "Cordel Encantado".
Na categoria 'comédia' só concorreram craques: Leandro Hassun e Marcius Melhem (Os Caras de Pau), Andréa Beltrão e Fernanda Torres (Tapas&Beijos) e Rodrigo Sant'Anna e Thalita Carauta (Zorra Total). Ganhou essa última dupla, que vive com enorme sucesso popular as amigas "Valéria e Janete" no humorístico dos sábados da Rede Globo. Prevendo o resultado, Fernanda Torres apressou-se a declarar para o apresentador, antes de ouvir o veredicto: "nós viemos aqui para perder com dignidade!".
Fátima Bernardes foi devidamente homenageada pelos seus quatorze anos de "Jornal Nacional", vencendo a sua substituta Patrícia Poeta e o seu marido William Bonner na categoria jornalismo.
O troféu 'revelação musical' foi para Léo Magalhães, o de 'melhor cantor' foi mais uma vez para Luan Santana --que agradeceu às fãs que ele sabe 'vararem a noite votando nele', e a boa surpresa foi a 'melhor cantora', que este ano não foi pela enésima vez para Ivete Sangalo e sim para a moça que encantara o Rei Roberto Carlos: Paula Fernandes.
Dona de uma belíssima voz, a jovem cantora, que muitas vezes peca pelo figurino, encerrou a noite com a sua linda canção "Pra Você". Plim, plim.
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