Pedro Cardoso critica Leo Lins e diz que humorista propagou 'mensagens fascistas'
Ator comentou a decisão que condenou ex-SBT a oito anos de prisão por show com ofensas contra minorias
Pedro Cardoso se mostrou favorável a condenação, a oito anos de prisão, do humorista Leo Lins, ex-SBT. Segundo o ator, Lins, como outros humoristas do stand-up comedy, se utilizam do estilo para propagar mensagens fascistas.
"Eu tenho dito, faz muito tempo, que o tipo de teatro a que chamam 'stand-up' se tornou um ninho no Brasil, onde se desenvolveu o ovo da serpente do fascismo", disse o intérprete de Agostinho da série "A Grande Família" (2001-2014).
Pedro disse que existe bons comediantes do gênero e que não queria generalizar. Mas apontou que diversos nomes, sem citá-los, propagam opiniões de ódio.
"Não são todos, mas tantos comediantes de 'stand-up' se permitiram as mal educações fascistas que se pode dizer de uma generalidade com exceções. Comediantes com mensagens fascistas valeram-se do 'stand-up' e disfarçaram de entretenimento teatral cômico o que era discurso político agressivo", apontou.
Por fim, Pedro diz que entende que a condenação de Leo Lins ocorreu por causa de piadas que são criminosas, ao seu ver. "Devemos criminalizar a piada racista, ou a misoginia, quando o ato já não for ficcional, ainda que disfarçado de o ser", afirmou.
O ator publicou sua opinião em uma página oficial no Instagram. O texto rodou grupos de artistas e provocou debate. Até o momento, Cardoso foi o único que criticou publicamente as piadas de Leo Lins. Danilo Gentili, Antonio Tabet, Marcos Mion e Marcelo Tas, por exemplo, criticaram a condenação.
Veja o texto de Pedro Cardoso:
A condenação de Léo Lins
O humorista Leo Lins, 42, foi condenado a oito anos e três meses de prisão por propagar discursos considerados discriminatórios contra diferentes grupos sociais durante um show de stand-up publicado na internet.
A decisão, proferida pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, também impõe ao comediante o pagamento de multa e indenização por danos morais coletivos. Ainda cabe recurso.
De acordo com a Justiça, o vídeo intitulado "Perturbador" contém declarações preconceituosas contra negros, obesos, idosos, pessoas com HIV, indígenas, homossexuais, judeus, nordestinos, evangélicos e pessoas com deficiência.
A gravação, que contava com cerca de 3 milhões visualizações, foi suspensa do YouTube, em agosto de 2023 por uma decisão judicial.
O conteúdo motivou uma ação do Ministério Público Federal (MPF), que classificou as falas como ofensivas a direitos fundamentais.
A juíza responsável pelo caso, Barbara de Lima Iseppi, considerou agravantes o alcance da gravação, com mais de três milhões de visualizações, e o número de grupos atingidos.
Segundo a sentença, as apresentações de Lins "incentivam a propagação de violência verbal" e "fomentam a intolerância". A decisão afirma ainda que "a liberdade de expressão não é pretexto para o proferimento de comentários odiosos, preconceituosos e discriminatórios".
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