Em crise após saída de sócios, Porta dos Fundos perde CEO do grupo após três anos

O Porta dos Fundos perdeu seu CEO, Rafael Fortes, após três anos. A decisão ocorreu no último dia 11, mas só foi avisada para os funcionários na última quarta-feira (18) e ao mercado publicitário nesta sexta (20). O fato ressalta uma crise vivida pela produtora nos bastidores.

A empresa afirma que Fortes fará uma transição de cargo, sem dizer quem ocupa o seu lugar, ainda durante o segundo semestre deste ano. Fortes afirma que foi ele quem pediu para deixar a empresa.

Ao ser procurada duas vezes pela coluna desde o último dia 11 para falar da saída de Fortes, o Porta dos Fundos e o próprio CEO negaram sua saída, tratada como "especulação". A empresa só confirmou o fato nesta sexta (20).

Rafael Fortes era conhecido pelo seu trabalho na O2 Filmes, produtora de vídeo conhecida no cinema e na publicidade, onde atuou por duas décadas. Chegou no Porta em 2022, para ajudar na expansão do grupo.

"Estou muito orgulhoso do que construímos no Porta dos Fundos nesse período. É um privilégio ter participado de um momento tão produtivo e criativo da empresa, e sigo acompanhando com entusiasmo os próximos passos do grupo", disse Rafael em nota.

João Vicente de Castro, Gregório Duvivier e Fábio Porchat, atuais sócios do Porta dos Fundos, comentaram em comunicado a saída do executivo.

"Foi uma alegria ter o Rafael com a gente nessa jornada. Ele ajudou a fortalecer ainda mais o Porta e a abrir novos caminhos. Agora seguimos em frente, gratos por tudo o que foi construído e prontos para os próximos capítulos da nossa história", disse João Vicente de Castro.

"O Rafael foi uma liderança essencial pro crescimento do Porta ao longo dos últimos anos. Querido por todos, ele segue um parceiro que queremos ter por perto em futuras produções ", completa Gregório Duvivier. "O Rafa foi peça fundamental para que as transformações recentes pelas quais o Porta passou fossem feitas de maneira tão tranquila", opinou Porchat.

MOMENTO CRÍTICO

A saída reforçou um momento de crise do grupo, que culminou com a saída da Paramount e dos sócios Antônio Tabet e Ian SBF. Como informou a coluna em março, atores que ainda tinham contrato foram desligados da empresa.

O fim do elenco fixo de humoristas liberou nomes como Thati Lopes, Evelyn Castro, Ed Gama, Rafael Portugal, entre outros, da obrigação de gravar esquetes e projetos. Eles passaram a ser contratados por obra.

Tabet e SBF, segundo apurou a coluna, saída por fortes divergências com os outros três sócios. João Vicente de Castro é quem mais tem voz e influência com Gregório Duvivier e Fábio Porchat. Os ex-mandatários reclamavam que não tinham poder de decisão.

Além de Rafael Fortes, outras saídas importantes aconteceram nos últimos dias. O roteirista Gustavo Vilella, e o diretor Caito Mainier, que cuidava de produtos do Porta dos Fundos em parceria com a Globo, deixaram a empresa.

Outros funcionários também deixaram a companhia após a saída de Tabet, Ian e Paramount, por não concordarem com os rumos do Porta.

Projetos com a Globo, como o Portugal Show, apresentado por Rafael Portugal no Multishow, não foram renovados. O Porta diz que tem tido bons resultados em 2025 e focará na sua presença no digital.