Ex-corregedor da PRF no governo Bolsonaro processa Globo e pede R$ 50 mil
Acusado de omitir denúncias contra diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, tentou retirar reportagens do ar, mas Justiça não permitiu
Ex-corregedor da Polícia Rodoviária Federal entre novembro de 2021 e abril de 2023, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Wendel Benevides Matos entrou na Justiça contra a Globo. Ele pede R$ 50 mil por danos morais e a retirada de reportagens do ar.
O caso corre no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Wendel alega que ele não foi responsável por esconder 23 denúncias contra o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, acusado de ter preparado uma operação para impedir que apoiadores de Lula votassem no segundo turno de 2022.
Por se tratar de um superior hierárquico, Matos era obrigado a comunicar à Controladoria Geral da União sobre as possíveis infrações de Vasques, o que não aconteceu, segundo investigações da Polícia Federal.
Em sua defesa na ação, Wendel Benevides diz que jamais respondeu a qualquer processo sobre o assunto e que a informação não corresponde à realidade.
"As afirmações são mentirosas, simplesmente inventadas. O demandante nunca foi acusado de tal fato, nunca foi investigado, nunca respondeu a processo, o fato nunca foi constatado", afirma ele.
Wendel Benevides pediu uma indenização de R$ 50 mil, solicitou uma retificação ao vivo na GloboNews e a retirada das reportagens do ar em todas as redes sociais.
Em sua defesa na ação, a Globo afirma que a reportagem seguiu critérios jornalísticos e que o pedido de Wendel Benevides fere a liberdade de expressão jornalística.
Na semana passada, a Justiça do Rio de Janeiro negou um pedido de liminar para retirarem a reportagem do ar antes do julgamento do mérito. O juiz do caso não considerou a situação uma emergência.
Além disso, o magistrado marcou para o dia 11 de fevereiro uma audiência de conciliação entre Wendel Benevides e Globo.
Procurada pela coluna, Wendel Benevides Matos, que faz sua própria defesa, não respondeu aos contatos feitos por email. A Globo diz que não comenta casos judiciais.
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