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De faixa a coroa
Descrição de chapéu miss brasil

Miss Brasil diz que antibolsonarismo pode ser razão para não coroar sucessora

Organização nega e diz que Julia Gama não foi convidada porque descumpriu regras

Julia Gama, Miss Brasil
Julia Gama, Miss Brasil - Instagram/juliawgama
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Na noite desta quinta (4), a atual Miss Brasil, Julia Gama, 28, lamentou o cancelamento de sua participação na final do concurso que vai selecionar sua sucessora neste final de semana. Ela fez um longo desabafo em seu perfil nas redes sociais, onde diz que os reais motivos para ser desconvidada não são claros. Segundo conta, as razões podem envolver desde divergências políticas tanto quanto decisões pessoais.

No texto publicado, a modelo contou que recebeu a notícia por e-mail há poucos dias, e que mesmo questionando a organização, não obteve retorno até o momento. Em conversa com a coluna, Gama comentou sua postagem e também seu atual momento de vida.

"Hoje não suportei mais e tive que falar, pois todos os fãs estavam questionando muito minha ausência no concurso. É tudo muito delicado pois eles não me deram uma justificativa exata, então tudo que eu falar vai ser uma suposição. Eu realmente não sei qual a razão deles para me desconvidar. Temos sim uma divergência política, já que eles são declaradamente bolsonaristas, e eu não", disse ela por telefone.

Procurada, a diretora executiva do Miss Universo Brasil, Marthina Brandt, diz que Gama descumpriu regras contratuais, por isso foi desconvidada. Ela também falou com a coluna por telefone.

"Ela [Julia Gama] descumpriu várias regras do nosso contrato, que é o mesmo do Miss Universo. Quando as misses são eleitas, elas têm acesso a um contrato com algumas cláusulas e que não estavam escondidas. Ela sabia desses pontos e foi contra vários deles e os descumpriu", explica.

Sobre uma das motivações do cancelamento ser a divergência política citada pela modelo, Brandt afirma que é uma hipótese infundada. "De forma alguma. Não existe essa questão [de bolsonarismo], pois nunca falamos desse tema. Não tivemos mais contato com ela desde agosto, pois o contrato dela acabou em maio, então não tínhamos mais obrigação com ela ou ela conosco", afirma.

Gama recentemente apareceu na imprensa por ter desfalcado o time do novo programa do Faustão na Band. Segundo conta, a saída da equipe teve motivações profissionais. "Estou muito feliz com tudo que aprendi nesse tempo com a equipe da Band e do Faustão e muito grata com a oportunidade. Mas acredito que seja o momento de estar aberta a outras possibilidades e explorar minha carreira nacional e internacionalmente", diz.

Além disso, Gama finaliza dizendo que, se a organização voltar atrás no convite, ela aceitaria. "Apesar de tudo, sou muito grata pela oportunidade que eles me deram de representar o Brasil. Para sempre essa será uma das maiores honras da minha vida. Se eles voltassem atrás, eu digo que estou disponível até o último momento, pois a despedida de uma Miss faz parte do ciclo da trajetória dela e é uma tradição. Além do que, o público quer e merece ter esse momento especial", diz a Miss Brasil.

"Assim como sempre respeitei o lado deles, espero que respeitem o meu. Realmente estou muito triste com a situação, e não entendo mas respeito a decisão deles", conclui.

Acusação de machismo

Na madrugada desta sexta-feira (5), a organização do evento divulgou uma nota oficial sobre a polêmica. Confira abaixo.

"Júlia Gama, Miss Universo Brasil 2020, não irá passar a faixa para a vencedora do concurso da edição 2021. A decisão foi tomada em razão de a Miss ter descumprido cláusulas do contrato firmado com a organizadora do concurso. No contrato realizado com a empresa, a candidata compromete-se a zelar pela imagem do concurso nacional e internacional (Miss Universe) e pelo título - cláusula esta prevista e mandatória em todos os contratos das candidatas que concorrem ao certame internacional.

Ao longo dos últimos meses, contudo, a Miss gerou polêmica ao questionar na mídia e para fornecedores as regras do concurso, acusando a organização de ser ultrapassada e machista ao seguir as regras prevista no contrato de franquia com o Miss Universe, afetando , assim, a imagem do maior concurso de beleza do mundo.

A organização declara que o Miss Universo Brasil é uma franquia e segue as normas internacionais do evento."

Jurada desiste de participar

Até o início da madrugada desta sexta (5), a postagem com o desabafo de Julia Gama já tinha atingido mais de 60 mil likes, fora os quase 9.000 comentários, a maioria em apoio à gaúcha. Muitos deles, inclusive, são de antecessoras de Gama que repudiaram a atitude do concurso, como a mineira Natália Guimarães (Miss Brasil 2007), que também foi vice Miss Universo no seu ano. Juntam-se a ela Débora Lyra (2010), Gabriela Markus (2012), Jakelyne Oliveira (2013), Melissa Gurgel (2014), Mayra Dias (2018), Julia Horta (2019), e outras misses e misters brasileiros e internacionais, de franquias variadas.

Um dos posicionamentos mais comentados até o momento é de Raíssa Santana, que venceu o Miss Brasil em 2016, representando o Paraná. Por vídeo ela declarou ter se sensibilizado com a situação de Gama e que, por esse motivo, não vai mais participar do júri da final deste ano no navio. "Sinto muito pelo que aconteceu com a Julia e não vou mais ser jurada no dia 6", publicou.

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De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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