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Netflix defende filme '365 Dias', acusado de glorificar tráfico sexual

Cantora Duffy criticou o longa ao publicar carta aberta ao CEO da empresa

Cena do filme "365 dias"
Cena do filme "365 dias" - Divulgação
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Darnell Christie
Londres

A Netflix anunciou nesta sexta-feira (3) que continuará a disponibilizar o filme polonês "365 Dias", apesar dos pedidos de retirada do catálogo, inclusive por parte da cantora britânica Duffy, que disse que o longa glamoriza "a realidade brutal do tráfico sexual, do sequestro e do estupro".

A cantora e compositora publicou uma carta aberta na última quinta (2) ao CEO da Netflix, Reed Hastings, deixando claras suas preocupações sobre o filme, que é baseado em uma trilogia best-seller da autora polonesa Blanka Lipinska.

Descrito como um "drama erótico", o filme acompanha uma mulher, interpretada pela atriz polonesa Anna-Maria Sieklucka, que é aprisionada por um mafioso siciliano, papel do ator italiano Michele Morrone, que dá à sua refém um ano para que se apaixone por ele. O filme já tem uma continuação confirmada.

"Me deixa triste que a Netlflix ofereça espaço para tal tipo de ‘cinema’, que erotiza o sequestro e distorce a violência sexual e o tráfico humano como um ‘filme sexy’”, escreveu Duffy, que neste ano publicou um relato pessoal sobre sequestro e estupro. "Tragicamente, vítimas de tráfico e sequestro não são vistas, e, ainda assim, em '365 Dias' seu sofrimento é colocado como um ‘drama erótico’, como é descrito pela Netflix."

Um porta-voz da Netlflix não comentou as críticas ao filme, que estreou no serviço de streaming no mês passado com alto número de visualizações, mas apontou que o filme tinha indicações para o público de que possui conteúdo com violência, sexo, nudez e violência.

Ele também apontou que "365 Dias" é um filme polonês lançado em cinemas de diversos países em fevereiro de 2020, e que a Netflix não estava envolvida na produção. "Acreditamos fortemente em oferecer aos nossos membros em todo mundo mais escolhas e controle sobre a experiência de assistir à Netflix", disse o porta-voz em comentários por email.

"Membros podem escolher o que fazem e não fazem ao estabelecerem filtros de conteúdo em perfis, e removendo títulos específicos para se protegerem de conteúdos que sejam considerados muito adultos", completou.

Reuters
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