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Celebridades

Biógrafa de famosos, alguns com problemas na Justiça, Carol Diaz lança livros em tempo recorde

Sonia Abrão, Rodriguinho, Samara Felippo e Nego Di estão entre os autores com suas histórias de vida contadas por empresária: 'Todo mundo merece ter voz'

A imagem mostra uma mulher com cabelo longo e liso, que cai sobre os ombros. Ela está usando uma blusa preta com detalhes em pérolas. O fundo é neutro e a iluminação é suave, destacando seu rosto e expressão confiante.
Carol Diaz, a publisher dos famosos - @publishercarol no Instagram
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São Paulo

Aos 15 anos de idade, Carol Diaz conseguiu seu primeiro emprego em uma gráfica. Passou quatro anos lá, circulando entre diferentes setores. Ao lidar com clientes do mercado editorial, observou demandas que eram, a seu ver, "coisas simples de resolver". Deixou a gráfica aos 19 anos para fundar sua própria editora, mirando brechas do mercado.

Hoje com 39 anos, Carol acumula duas décadas de experiência e já publicou mais de 1.200 livros pela Disruptalks. Entre seus clientes famosos estão Sonia Abrão, Daniela Albuquerque, Nego Di, Rodriguinho, Samara Felippo e Kika Sato, mãe de Sabrina Sato. Empresários, advogados, acadêmicos, psicólogos e coaches completam a freguesia.

Formada em design e especializada no mercado livreiro, Carol confessa que nem sempre foi íntima das letras. Para redigir os livros, ela conta com uma equipe de até oito jornalistas e ghostwriters, que trabalham a toque de caixa. Em média, uma obra demora seis meses para chegar às mãos do autor.

O tempo e a quantidade de encontros variam de acordo com a independência de cada cliente. Sonia Abrão, por exemplo, escreveu o próprio livro. Procurou Carol com o texto já pronto. "Nestes casos, só fazemos a leitura, revisão, edição e diagramação. Um encontro é suficiente para 'brifar' a equipe", diz. Em menos de dois meses, a dona das tardes da RedeTV! tinha sua autobiografia publicada.

O processo foi semelhante ao de Nego Di, comediante, ex-BBB e réu por estelionato. Em março, Nego Di lançou a autobiografia "Volta Por $ima" pela Disruptalks. Ele mesmo escreveu o livro durante os oito meses em que esteve preso.

Para a editora, autores polêmicos —sejam réus na Justiça ou cancelados no BBB— não são problema, e sim, solução. Antes de assinar contrato com um novo cliente, ela faz sua análise de risco. "Todo mundo merece ter voz", diz. Principalmente se a perspectiva de vendas for positiva.

ATENDIMENTO GOURMET

O sambista Rodriguinho, também ex-BBB, publicou a obra "Rodriguinho: Fora da Caixa" menos de 30 dias após deixar o reality. "Era um livro curto, rápido, com a proposta de ser lançado ainda no calor do 'BBB'".

Para obras mais complexas, o número de encontros pode se estender a cinco ou seis, com até duas horas de duração cada. "Se o projeto for para um empresário com 60 anos de trajetória que vai resultar em um livro de 300 páginas, a gente pode colocar aí uns oito meses", calcula.

Muitos desses empresários já publicaram dois, três e até nove livros com ela. O segredo do sucesso, revela, é mimá-los. "Meu serviço é gourmet. Os autores falam diretamente comigo, ninguém precisa falar com minha equipe."

STATUS NA ESTANTE

A clientela de Carol, em geral, não é formada por autores que vivem da venda de seus livros. Boa parte busca obter status com as publicações. "O livro traz um ganho intangível muito grande. Se o autor quer estar nas redes sociais, virar um palestrante, um conferencista, o livro o posiciona com mais autoridade", diz.

"Nem todo mundo quer venda. Muitos querem ter o livro disponível para indicar para as pessoas, ir a um programa de TV, dar palestra em uma universidade", completa.

Com a proposta de "democratizar e desburocratizar" a publicação de livros em segmentos mais específicos, ela acaba de lançar um selo chamado Publique Sua Obra, voltado a autores que estão fora de seu perfil editorial. "Foi a solução que encontrei para deixar meus clientes felizes. Eu imprimo e entrego".

LIVROS COM QR CODE

Em um mundo onde se lê cada vez menos, Carol tenta driblar o que considera empecilhos para a fluidez da leitura. Orienta seus clientes, por exemplo, a enxugarem explicações muito longas em obras de ensaio. O segredo é trazer "dinamismo", diz. Cada volume precisa ter entre 120 e 180 páginas, no máximo. "Mais do que isso, as pessoas não vão ler."

"Falo para os meus autores: 'Se você precisa dar uma explicação mais densa, acadêmica, complexa, coloca um QR code'. A pessoa abre, assiste a um vídeo, volta para o livro. Fica mais fácil digerir a leitura", diz. "O que quero é que meus autores sejam lidos."

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