Celebridades

Camila Pitanga diz que Bolsonaro tem postura genocida e é a personificação do mal

Atriz de 'Aruanas' diz que série abre os olhos do povo sobre desmatamento

A atriz Camila Pitanga no lancamento de 'Aruanas' na Casa Aragon - Zanone Fraissat/Folhapress
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São Paulo

Camila Pitanga, 42, afirma que o Brasil hoje vive aos moldes de um governo de extermínio. E, segundo ela, a série “Aruanas” –na qual interpreta Olga–, que mostra o contraponto entre quem quer arruinar a Amazônia contra quem quer defendê-la, abre os olhos do povo para o problema.

"Aruanas colabora em abrir o olhar para não ficarmos anestesiados e não deixar passar o que está acontecendo. Não é nem questão de esperança, mas de botar a voz no mundo. Sabemos que há um governo com política de extermínio, mas temos sociedade que tem voz e pode falar, pode capitalizar um movimento de repúdio”, diz Pitanga, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (19).

Camila Pitanga também opina sobre a postura de Jair Bolsonaro sobre o momento em que vivemos de pandemia. De acordo com ela, Bolsonaro tem uma postura genocida. "Ele está com uma insensibilidade atroz. É a personificação de uma postura fascista, postura genocida, é a personificação do mal."

Parceiro de elenco de Pitanga em "Aruanas", o ator Luiz Carlos Vasconcelos, o vilão Miguel, tem opinião semelhante. "O dia que se anuncia 10 mil mortos ele anda de jet ski? É desumano. Nem passa pela cabeça dele o real sofrimento do outro."

Camila Pitanga também se diz terminantemente contra a MP (Medida Provisória) 910 que tem sido estudada. Assinada pelo presidente Jair Bolsonaro em 10 de dezembro, a Medida Provisória 910, de regularização fundiária, estende a grileiros de grandes áreas públicas benefício previsto para assentados de baixa renda em programas de reforma agrária.

Entre as mudanças previstas na proposta de Bolsonaro criticadas pelo MPF (Ministério Público Federal) estão a regularização de terras invadidas até 2018 (antes, era 2011) e o fim da vistoria prévia para regularizar até 15 módulos fiscais —o que, em algumas regiões da Amazônia, chega a 1.650 hectares. Antes, o limite era de quatro módulos fiscais. A MP 910 está em tramitação em uma comissão especial do Congresso.

"Essa MP não pode passar. Esta semana ouve uma gritaria e eles tiveram de recuar. E acho que não vai passar porque não estamos alienados nisso. É muito inaceitável”, afirma a atriz. "E ‘Aruanas’ nos faz ver que cada um pode se sentir incomodado. A historia somos nós. A gente quer parar de falar de morte e falar de vida", acrescenta.

O ator Luiz Carlos Vasconcelos, que na trama vive o ganancioso Miguel e quer justamente desmatar a Amazônia, diz que a chegada de "Aruanas" neste momento em que o desmatamento não está em foco por causa da pandemia é fundamental. "A vida dá essas voltas. O governo que estám a maior TV do país mostrar dez episódios para colocar esse tema importante em pauta de novo. É uma coisa assustadora que não pode seguir como está."

Ele complementa dizendo que o seu personagem reflete os desmandos que o país vê e vive atualmente com o descaso sobre a natureza. "O Miguel é a materialização dessa alienação, estupidez e ignorância. Não basta já ser rico, ter jatinho, é preciso ter mais. Você fica cego por dinheiro e os povos originários que se explodam."

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