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Celebridades

'Queria um teatro para levar comigo', afirma Cláudia Raia ao encerrar apresentações de musical

Espetáculo 'Chaplin, o Musical' acabou com evento gratuito em SP

Claudia Raia
Claudia Raia - Fabiano Battaglin/Gshow
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São Paulo

“Minha vontade era ter um teatro inflável, para levar para todos os cantos do país”. Foi assim que a atriz Cláudia Raia definiu sua experiência como produtora do espetáculo “Chaplin, o Musical”, que encerrou a temporada, no início do mês, com apresentação gratuita na capital paulista.

“Queria levar minhas peças, tanto as que produzo quanto as que atuo, a todos os cantos. Que não precisasse entrar em teatros em que meu espetáculo não caiba, onde o público não consiga chegar. O público é bom de A a Z e quero todo mundo no meu teatro”, afirma ela, que diz sonhar com esse projeto: “Um teatro que eu possa levar comigo”.

Uma das percursoras dos espetáculos musicais nos palcos brasileiros, Claudia também enfrenta dificuldades em realizar esse tipo de apresentação. “É difícil fazer um musical desse tamanho, com essa estrutura. É caríssimo. Mas eu acho que a gente deve continuar tentando fazer coisas assim”, afirma. 

“É um tipo de segmento sensacional, um tipo que deixa qualquer pessoa extasiada, porque é superfantástico. Não significa que não produza peças faladas, só faladas. É que, primeiro, é meu segmento, sou uma das precursoras no Brasil. Agora que está dando certo eu vou desistir, parar? É possível. Não sei que rumo a cultura vai tomar, talvez a gente tenha que diminuir o tamanho dos espetáculos. Não importa, vamos continuar fazendo.”

A atriz admite, porém, que os ingressos de um musical são muito caros. “Tem uma equipe de 70 pessoas por trás de tudo, imagine o que é a folha de pagamento. A bilheteria não cobre e não cobrirá com a meia-entrada, não tem a menor condição. A gente precisa de patrocínio, mesmo, para montar um musical. Um musical não pode ser cobrado R$ 70 ou R$ 80, como uma peça falada com cinco pessoas. É completamente diferente.”

Por falar em patrocinador, a atriz explica como realizou o projeto de encerrar a temporada de “Chaplin”, estrelada por seu marido, Jarbas Homem de Mello, a céu aberto. “Eu tive essa ideia e levei para o Santander, que é nosso patrocinador. Porque a minha intenção era trazer essa história desse artista mais popular que o mundo já teve, que o mundo já viu, para o público, de graça.”

Com 37 anos de carreira, Cláudia Raia lembra que foi uma das primeiras atrizes a colocar ingresso a preço popular em seus musicais. “Porque eu sou uma atriz popular, também de televisão. Então esse público também quer me ver, e tem que ver e merece ver. Isso começou lá atrás, e a gente está conseguindo trazer cada vez mais e, porque não, trazer por pelo menos um dia para o acesso de todos. A cultura é para todos, não para algumas pessoas.”

Claudia diz que pretende continuar seu projeto de viajar com espetáculos assim para outras cidades. “Viajar é mais difícil ainda. Quando eu tenho que deslocar 70 pessoas, alimentar, hospedar, passagem, vira uma coisa imensa, quase o dobro. E São Paulo tem essa estrutura. A SPTuris (São Paulo Turismo) já está acostumada a fazer coisas grandes. A gente tem por onde correr. Eu não sei se em todas as capitais eu teria essa oportunidade, gostaria muito.”

FÃ DE CHAPLIN

A chuva não deu trégua no encerramento da temporada de “Chaplin, o Musical” no parque do Povo. O público resistiu e se emocionou. O auge foi quando o protagonista, interpretado por Jarbas Homem de Mello, coloca seu colete apertado, chapéu em formato de coco, pega sua bengala e coloca o bigodinho, transformando-se no Vagabundo, personagem mais conhecido de Chaplin. Nesse momento, o público aplaudiu e gritou.

Essa reação mostra como o ator britânico Charlie Chaplin ainda desperta o interesse e a curiosidade do público. Carlitos morreu dormindo em uma noite de Natal, em 1977, aos 88 anos, em decorrência a um derrame cerebral. Por que ainda falar nele num musical, no Brasil, 41 anos após a sua morte?

“Ele é único, é inspirador em qualquer década, em qualquer tempo. Eu acho que isso não pode deixar de ser dito, não pode deixar morrer junto com ele, porque a história dele não morrerá nunca”, afirma Cláudia Raia, produtora do espetáculo.

Cláudia Raia confessa que ama Charlie Chaplin e assiste a seus filmes em casa. “Mas sempre [assisti], a vida inteira. Tenho todos os filmes dele, ele é uma minha grande referência da comédia. Aliás, minha e de todo mundo, né?”, afirma Cláudia “Ele é um cara que em 1918 (aos 29 anos), fechou fechou seu segundo contrato com U$S 1,5 milhão (cerca de R$ 5,7 mi). É muito hoje, imagine para época.”

Em 2015, Cláudia Raia chegou a desmontar o espetáculo por questões financeiras. “Fiz isso porque o Brasil afundou e não tínhamos recurso nenhum. Mas eu tinha certeza que íamos voltar. Guardamos tudo e voltamos com força total. Ficamos oito meses em cartaz, de novo, um enorme sucesso. É uma história imbatível, um cara único.”

Ela finaliza agradecendo a capital paulista. “Obrigada São Paulo. Esse é um presente de Natal para a cidade que aplaudiu tanto o “Chaplin” nas tantas temporadas que fizemos aqui, nesse vai e volta, vai e volta. E esse é um presente para o público, que ele se divirta muito. “[O musical] Acaba aqui, mas fez uma linda temporada.”
 

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