Celebridades

Oscar Filho lança autobiografia e revela sonho de apresentar programa sério de entrevistas

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Aos 35 anos de idade, sete deles na televisão, o humorista e repórter do "CQC" (Band) Oscar Filho já está lançando sua autobiografia.

O livro —esclarece ele— não é uma biografia séria, com lições de moral, mas sim uma coletânea de histórias reais, engraçadas e bizarras que ele protagonizou ao longo de sua vida.

Muitas delas, aliás, são usadas nos roteiros de seus espetáculos de stand-up comedy, ramo da comédia que tende a ser autobiográfico por definição.

Mais do que usar suas vivências para fazer piada, o humorista diz que o processo de escrita foi uma espécie de terapia.

"Tem coisas lá que são, na verdade, histórias trágicas, traumatizantes. Coisas que eu não gostaria jamais de vivenciar de novo e que prometi a mim mesmo que nunca contaria para ninguém. Mas, de repente, eu me vejo expondo aquilo para pessoas que nem conheço e transformando em piada. Isso me ajuda a superar as coisas e tirar o melhor proveito das minhas experiências", explica Oscar Filho, ao "F5".

"Autobiografia Não Autorizada" é o título da obra, que será lançada na próxima quinta-feira (3), em São Paulo, na livraria Saraiva do shopping Eldorado.

O livro foi escrito em quatro meses e, no meio do processo, o comediante se deparou com a polêmica das biografias não autorizadas e do movimento do grupo "Procure Saber", encabeçado por nomes como Roberto Carlos e Caetano Veloso.

"Bem quando eu estava escrevendo, aconteceu esse lance e eu quis brincar com isso pra deixar claro já no título que não é uma biografia séria, é um livro em que eu conto meus podres, me sacaneio".

Filho afirma achar "uma bobagem" o movimento contra a publicação de obras biográficas.

"Acho bobagem porque eu sou humorista, para mim é mais fácil levar as coisas menos a sério do que o Caetano [Veloso] e o [Gilberto] Gil, que se intitulam artistas", dispara.

"Mas quando você é artista, a sua alma tá na sua obra. Toda obra tem algo a ver com a vida pessoal de quem fez. A partir do momento que você tem uma vida pública, sua intimidade não é mais a mesma. Isso é uma pré-censura, uma vaidade. E foi feito um estardalhaço desnecessário em cima daquilo", opina o CQC.


Uma das passagens traumáticas e, ao mesmo tempo, ridículas que ele conta no livro foi o seu aniversário de cinco anos. Na ocasião, sua mãe teve a ideia de comemorar a data em um centro espírita.

"O quão bizarro é levar uma criança que tá completando cinco anos de idade pra comemorar o aniversário num centro espírita?", ele ri, indignado.

FALANDO SÉRIO

Apesar de ter carreira sólida no humor, Oscar Filho não esconde o desejo de enveredar para o outro lado da TV. Seu sonho para daqui alguns anos é ter "um programa de entrevistas sério, tipo a Marília Gabriela e o [Antônio] Abujamra".

"Ainda não é a hora, quero acumular mais bagagem, conhecimento, sabedoria para fazer um programa com seriedade", analisa.

Mesmo assim, diz admirar as atrações de seus ex-colegas de "CQC", o "Agora é Tarde" (Band), com Rafinha Bastos, e o "The Noite" (SBT), Danilo Gentili.

"Eles fazem muito bem, mas é 'talk show', é outra ideia, tem a coisa do humor. Eu tenho vontade de ir para o lado sério, não sei se é porque eu faço humor há tanto tempo, mas surgiu esse desejo."

À frente do quadro de denúncias do "CQC", o "Proteste Já!", Oscar resolve na lata problemas com prefeitos, secretários e poderosos de pequenas cidades e bairros.

"A gente fica muito na polêmica pela polêmica. Já fiz coisas muito bacanas que ninguém deu atenção, mas quando sai confusão, porrada, briga, todo mundo comenta. Acho que falta mais profundidade, apesar de muita gente elogiar o 'CQC' por ser um humorístico mais 'cabeça'. Às vezes, a coisa fica mais superficial do que a gente imaginava", confessa.

"Tenho um lado meio justiceiro, de querer ser correto. Às vezes, eu olho para alguma reportagem que eu fiz e penso que eu poderia ter ido além, ter ajudado mais", lamenta o ator, que vê na sua fama na internet um potencial para lutar pelas questões em que acredita.

"A gente tá num momento em que a internet é muito forte. Tenho 800 mil seguidores no Facebook, 2 milhões no Twitter e cem mil no Instagram. Pro meu ego isso é muito bacana, mas o que eu posso fazer efetivamente com tudo isso, com todo esse poder? Que tipo de informação eu posso passar? De que forma posso usar isso não só pra entretenimento, mas para fazer algo de fato?", reflete.

Nos palcos, Oscar Filho já tem colocado seu ímpeto de seriedade em prática. Ele está preparando sua estreia como diretor com uma peça de suspense, que diz já estar adaptando.

"Já dirigi espetáculos de humor e agora estou apostando nessa peça de suspense. Tem pouco suspense no teatro brasileiro", diz, fazendo mistério sobre o texto.

"É daquelas histórias que tem uma reviravolta no final", adianta.

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