Miley Cyrus, Reese Whiterspoon, George Clooney, Megan Fox, Paris Hilton e David Beckham. Além de dinheiro e fama, essas pessoas têm algo em comum: todas têm ou já tiveram miniporcos.

A primeira grande onda de miniporcos (que também são conhecidos como "teacup pigs", em inglês) aconteceu em 2009, encabeçada por Paris Hilton. A moda parecia ter passado até que Miley Cyrus, no ano passado, começou a postar fotos com seu porquinho, Bubba Sue.

A cantora causou furor quando pintou as unhas do suíno de vermelho, sendo acusada de maus-tratos. Foi quando os porquinhos voltaram a ser um objeto de desejo e admiração —dessa vez, com o Instagram para consolidar a tendência.

Logo depois, no entanto, começaram a ressurgir histórias de pessoas que, por engano, compraram ou adotaram miniporcos que cresceram mais do que o esperado. Um desses casos é o da porca Esther, que hoje tem 300 kg.

Após constatar o erro, o casal canadense que adotou Esther parou de comer carne e hoje comanda uma organização de defesa dos animais.

O engano é fácil de cometer, já que porcos se reproduzem mesmo antes de terem atingido seu peso adulto. Alguns criadores mal-intencionados mostram porcos que ainda não são adultos como se já tivessem crescido, o que leva o comprador ao erro.

Isso pode acontecer porque o miniporco não é uma espécie diferente do porco normal, e sim uma linhagem diferente. É como a diferença entre uma pessoa de 1,40 m e uma de 2,10 m.

"Não existe uma garantia de que os porcos fiquem pequenos", diz Glória Gobbi, criadora do "Micro Pig", em São Paulo. Lá, são vendidos porcos de uma raça chamada kunekune. "Nós temos os pais aqui, que têm entre 25 e 35 kg e 40 cm de altura, e os filhotes chegam aproximadamente a esse tamanho".

Ainda assim, segundo ela, nenhum dos filhotes criados lá chegará perto de um porco normal, que pode pesar até 400 kg.

Em 2009, uma organização chamada "Best Friends Animal Society" calculou que já haviam sido abandonados cerca de 300 mil porcos domésticos, após seus donos descobrirem que eles eram maiores e mais difíceis de cuidar do que pareciam.

Até os famosos estão sujeitos a esse problema: quando Paris Hilton comprou a sua porquinha, chamada Princesa Pigelette, ela disse ter lido que o animal chegaria a 5 kg quando crescesse. Hoje, porém, Pigelette tem o tamanho de um porco vietnamita (cerca de um terço do tamanho de um porco normal).

De qualquer forma, seja mini ou falso mini, um porco exige bastante dedicação. Eles precisam de espaço para se exercitarem e de um cardápio especial, com milho, folhas e frutas.

Os sites especializados alertam também para a inteligência do suíno, que precisa de mais afeto e atenção do que um animal de estimação normal, já que é bastante sociável.

A ração para porcos normais não é recomendada, caso o dono não queira que o porco aumente muito de tamanho. "A ração é preparada para porcos de abate, então o porco vai engordar. A alimentação ideal seria a de coelhos, porque é mais natural", diz a criadora do "Micro Pig".

CELEBRIDADES SUÍNAS

Apesar das controvérsias que permeiam o assunto, no Instagram, os miniporcos são sucesso.

Uma delas é Priscilla, miniporca que tira fotos junto com seu irmão, Poppleton. Os dois moram na Flórida e se vestem com roupas especiais para imagens na rede social.

A conta da dupla no Instagram tem 388 mil seguidores e as fotos conseguem uma média de 20 mil curtidas.

Ao "Daily Mail", a dona de Priscilla disse que os porquinhos mudaram sua vida. "Eles trazem amor incondicional à minha vida", disse ela.

Já a porca Pearl, que é acompanhada pela filha da fotógrafa Lindsey Bonnice em suas fotos, ainda é menos famosa do que Priscilla.

Ela vem sendo fotografada há um mês, desde que a filha de Lindsey, Libby, ganhou a porquinha de aniversário no começo de janeiro.

As duas fazem festas, brincam e tomam chá da tarde juntas nos registros postados na conta "lifesweetphotography", que já tem 35 mil seguidores.