Você viu?
Descrição de chapéu

Mulher com dois úteros da à luz dois bebês em dois dias nos EUA

Kelsey Hatcher, 32, deu à luz uma menina na terça-feira e uma segunda filha na quarta-feira, em um total de 20 horas de parto

Kelsey Hatcher teve uma filha por parto normal e outra por cesariana - UAB via BBC News Brasil

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Uma mulher norte-americana com uma condição rara que a levou a ter dois úteros deu à luz duas vezes em dois dias —em um total de 20 horas de trabalho de parto.

Kelsey Hatcher, 32, deu à luz uma menina na terça-feira e uma segunda filha na quarta-feira, no Hospital da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB).

Ao anunciar a chegada de seus "bebês milagrosos" nas redes sociais, Hatcher agradeceu aos médicos, que disse terem sido "incríveis".

As meninas são descritas como gêmeas fraternas —mas são um caso raro de aniversários em dias diferentes.

Hatcher disse que a família já voltou para casa para "aproveitar as festas de fim de ano". Ela já esperava que os nascimentos fossem acontecer perto do Natal.

Uma obstetra da UAB confirmou que o trio estava bem e disse à BBC que era o tipo de caso que a maioria das pessoas em sua profissão não veem durante toda a carreira.

Partos aconteceram com dez horas de distância entre eles - UAB via BBC News Brasil

Condição rara

Hatcher foi informada aos 17 anos de idade que ela tinha um útero duplo (útero didelfo), o que a UAB descreve como uma anomalia congênita rara que afeta 0,3% das mulheres.

E as chances de engravidar em ambos os úteros —uma gravidez dicavitária— são ainda menores, de "uma em um milhão", segundo a UAB.

Os casos relatados em todo o mundo são extremamente raros. Em 2019, um médico no Bangladesh disse à BBC que uma mulher deu à luz gêmeos quase um mês depois de dar à luz um bebê prematuro que cresceu no outro útero.

Hatcher teve três gestações anteriores saudáveis. Desta vez, ela acreditava estar grávida de apenas um útero —até que um ultrassom de rotina revelou que também havia um bebê no segundo.

"Fiquei sem fôlego... Nós simplesmente não podíamos acreditar", ela lembrou.

Ela passou a documentar sua jornada no Instagram.

Apesar do caso raro, sua gravidez foi tranquila —a UAB a descreveu como rotineira.

O médico Richard Davis, que participou do parto, afirmou que cada bebê desfrutou de um "espaço extra para crescer e se desenvolver".

Isso aconteceu porque cada bebê tinha um útero próprio, disse ele —ao contrário de uma típica gravidez de gêmeos.

O trabalho de parto de Hatcher foi induzido às 39 semanas e exigiu o dobro do monitoramento no hospital —e o dobro da equipe.

Shweta Patel, da equipe de obstetrícia e ginecologia do hospital, disse que a equipe da UAB não tinha "muitas evidências ou dados" sobre casos como esse e por isso usou seu conhecimento sobre gestações típicas.

Os bebês tinham "vontade própria", disse ela, e nasceram por métodos diferentes.

A primeira, Roxi, nasceu de parto normal por volta das 19h45, horário local, do dia 19 de dezembro. A segunda, chamada Rebel, passou por cesariana mais de 10 horas depois.

Davis disse que as meninas poderiam ser chamadas de gêmeas fraternas —um termo usado quando cada bebê se desenvolve a partir de um óvulo separado, cada um fertilizado por um espermatozóide separado.

"No final das contas, eram dois bebês na mesma barriga ao mesmo tempo", disse ele.