O personagem Fofão e o Carreta Furacão viraram assunto do New York Times. Em reportagem publicada nesta quarta-feira (1), o jornal norte-americano afirma que acompanhou a trupe de dançarinos por dois dias "para entender como a tendência se tornou uma parte popular e irreverente da cultura brasileira".

O texto assinado pelos jornalistas Jack Nicas e Victor Moriyama relata que existem mais de 100 iniciativas semelhantes ao grupo de performance no país, mas que "quase todos os grupos escolhem o melhor dançarino para interpretar quem se tornou o protagonista das carretas: o Fofão."

"Fofão é um personagem popular da televisão infantil brasileira da década de 1980 que encontrou uma nova vida dando saltos mortais das carretas. A história de fundo é que ele veio do planeta Fofolândia, tem bochechas inchadas, focinho, mãos peludas e uma juba vermelha. Seu criador disse estar dividido entre criar um personagem que fosse um porco, um cachorro, um ursinho de pelúcia, um extraterrestre ou uma criança. Então, ele combinou todos em um", descreve a reportagem.

O New York Times frisa ainda que as equipes de dança percorrem as estradas geralmente por três meses seguidos, trabalhando seis dias por semana por um salário mínimo, de 1.320 reais por mês.

Já no Brasil, o cenário não é de tanta festa. No final de setembro, o Carreta Furacão foi condenado a pagar uma indenização de R$ 70 mil por danos morais ao filho de Orival Pessini, criador de Fofão. Além disso, a formação está proibida de utilizar o Fonfon, que se inspira na imagem dele. Ainda cabe recurso à decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.