O senador democrata Robert Menendez, acusado de corrupção nesta sexta-feira (22), tem uma pequena relação com o Brasil. Antes de ser investigado por ter recebido propinas de empresários, Menendez já foi investigado por ter ajudado na obtenção de vistos para amantes de Salomon Melgen, um rico amigo oftalmologista, empresário e filantropo da Flórida.

Melgen e Menendez se tornaram amigos em 2006 e estreitaram laços após o médico ter doado mais de US$ 750 mil para a campanha de reeleição do senador em 2012. De acordo com promotores norte-americanos, conforme apurado pelo NY Post, Melgen fez com que Menendez usasse o poder de seu cargo em seu benefício - especialmente para obter vistos para seis namoradas estrangeiras que Melgen queria trazer para os EUA.

O senador chegou a ser acusado de ter utilizado sua equipe para obter um visto para Juliana Lopes Leite, uma atriz brasileira que posou nua na capa da revista "Sexy". Ele teria instruido um assessor a enviar um e-mail a um alto funcionário do Departamento de Estado para dar "consideração especial" ao pedido de liberação dela, que participou do BBB 4.

Ele também foi acusado de intervir para ajudar a estudante ucraniana Svitlana Buchyk, que queria uma consulta de cirurgia plástica. Segundo os federais, ele também teria orientado um membro de sua equipe a "ligar para o embaixador o mais rápido possível" para reverter a negação de visto a uma modelo dominicana de 22 anos.

Em troca, disseram os promotores, o senador foi recompensado com voos nos dois jatos particulares de Melgen e férias no resort administrado pelo médico na República Dominicana.

Ainda em 2015, no ápice das investigações, Juliana concedeu uma entrevista ao Fantástico dizendo que não sabia da relação dos dois amigos. "O meu nome está livre. No momento, está livre. E eu fui envolvida em uma coisa sem nem saber. Por isso que eu resolvi falar com o ‘Fantástico’ para clarificar isso. E realmente eu não preciso me preocupar. Ele é que tem que estar se preocupando, porque ele tá preso, coitado", disse.

Em 2017, no entanto, um júri federal em Nova Jersey não chegou a um veredicto sobre as acusações de suborno.