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Show de cantor LGBTQIA+ em antiga igreja da França é cancelado após mobilização de católicos

Bilal Hassani se apresentaria em tradicional basílica de Metz, cidade que fica cerca de 280 quilômetros de Paris

Bilal Hassani posa para foto no Cannes International Series Festival (Canneseries) - 6.abr.2022-AFP/Joel Saget

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O show do cantor LGBTQIA+ Bilal Hassani, previsto para a última quarta-feira (4), foi cancelado, após uma polêmica inciada por movimentos católicos e tradicionalistas de Metz, no leste da França. O motivos dos protestos é o fato de a apresentação ter sido marcada para uma antiga igreja que foi transformada em uma sala de espetáculos.

"Não podemos deixar que um evento que seria um momento de alegria e de festa se torne um lugar de tensão e maldade" disse a Live Nation, produtora do show de Bilal Hassani, em um comunicado. Após as ameaças feitas contra o artista e seu público, a produtora decidiu, "com tristeza e pesar", cancelar o espetáculo previsto para ocorrer na tradicional basílica de Saint-Pierre-aux-Nonnains.

O coletivo Lorena Católica falou de "profanação", em plena Semana Santa, em uma mensagem em seu blog amplamente divulgada. Chegou, inclusive, a convocar uma oração de reparação antes do show, diante da antiga igreja, dessacralizada há 500 anos e transformada em uma casa de espetáculos.

Para o grupo identitário Aurora Lorraine, que havia se associado aos protestos, o cancelamento da apresentação é "uma vitória". "Há cinco séculos que Saint-Pierre-aux-Nonnains não é mais uma igreja. É uma sala cultural que faz parte da Cidade Musical de Metz", reagiu o prefeito François Grosdidier.

O político ainda lamentou que o produtor de Bilal Hassani "ceda a uma forma de terrorismo intelectual, em detrimento da cultura". "Pode-se apreciar, ou não, Bilal Hassani. O que é inadmissível é que, em nome de uma ideologia, se cancele um show. É um retrocesso da liberdade de expressão e uma concessão a extremistas homofóbicos", acrescentou.