Amanda Klein: jornalista atacada por Bolsonaro já havia sido agredida ao vivo
Em 2021, ela deixou programa na Jovem Pan após ser chamada de 'burra' e 'desonesta' por Rodrigo Constantino: 'Ambiente tóxico'
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Atacada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (6), a jornalista Amanda Klein voltou a respirar fundo mais uma vez para não cair em uma tentação: a de responder no mesmo tom a xingamentos e provocações feitos por um homem, em transmissões ao vivo.
Em julho do ano passado, o comentarista e escritor Rodrigo Constantino a chamou, aos berros, de mentirosa e desonesta, e disse que ela passava vergonha na televisão. Eles se desentenderam quando o tema do programa Jovem Pan 3 em 1 era o casamento gay.
Amanda disse que Constantino tinha um posicionamento contrário ao matrimônio entre pessoas do mesmo sexo e que depois queria negar a postura. Ele se exaltou ao negar a acusação, e a discussão foi interrompida quando ela rebateu: "Quem passa vergonha é você" (assista ao vídeo abaixo).
O escritor continuou a atacar Amanda em diversas postagens nas redes sociais. Em uma delas indagou os seus seguidores se "Amanda é muito burra ou muito canalha?". Pouco depois, a jornalista pediu para sair do programa 3 em 1.
Segundo contou em suas redes sociais, o motivo de seu afastamento foi o ambiente tóxico que encontrava na atração e os ataques pessoais que vinha sofrendo. "Pedi pra sair do 3 em 1. Em ambiente tóxico e com ataques pessoais não se faz jornalismo. E eu sou jornalista. Continuo na JP no Jornal da Manhã e em outros programas. Conto com vocês", publicou Amanda.
Constantino comemorou em sua conta no Twitter. "Já posso pedir música no Fantástico? É sempre a mesma coisa: desmascaro o esquerdista disfarçado de jornalista, que vem sem argumentos e só com narrativas fajutas e uma agenda, eles me atacam, depois bancam a vítima e pedem para sair. Virou rotina", disparou.
Nesta terça-feira (6), Amanda entrou para as estatísticas das jornalistas mulheres atacadas por Jair Bolsonaro. O presidente se irritou quando foi perguntado por ela sobre as suspeitas que pairam contra a família presidencial, como no caso das "rachadinhas" e da compra de imóveis em dinheiro vivo.
"Amanda, você é casada com uma pessoa que vota em mim. Não sei como está teu convívio na tua casa com ele. Mas não tenho nada a ver com isso", disse Bolsonaro a Klein, que respondeu que a vida particular dela não estava em pauta, mas sim a de Bolsonaro, por se tratar do presidente da República.
Ele, então, rebateu: "Amanda, respeitosamente, essa acusação tua é leviana, tá?". O presidente disse ainda que o termo "em moeda corrente nacional", presente nos contratos dos imóveis de sua família, não quer dizer que há dinheiro em espécie envolvido. Bolsonaro voltou a falar do marido da jornalista ao afirmar que ele pode ter registrado em seu nome compra de imóveis usando a mesma expressão.