'Não aguentava ouvir meu pai comendo': como é viver com misofonia, a intolerância a sons
Quando era criança, aos sete anos, Pragya Bhagat percebeu que tinha uma enorme intolerância ao barulho que seu pai fazia ao tomar chá ou ao pronunciar determinadas palavras.
O incômodo era tamanho que ela gritava e batia a cabeça na parede.
Bhagat, hoje adulta, descobriu ter misofonia, síndrome em que parte do cérebro que conecta ruídos e emoções é extremamente ativa e se liga a outras partes de forma peculiar.
Não há tratamento definitivo, mas portadores como Bhagat descobrem aos poucos que conseguem desenvolver mecanismos de defesa –no caso dela, por exemplo, ouvir música com fone de ouvido para evitar certos ruídos ao longo do dia.
"Portadores de misofonia são afetados emocionalmente por sons comuns –geralmente os produzidos por outras pessoas e que não recebem muita atenção", diz, na publicação Harvard Health Publishing, o psicólogo James Cartreine.
"Por exemplo, respiração, bocejo ou mastigação criam uma resposta (do organismo de portadores de misofonia) que ativa a raiva e um desejo de fugir."