A Fazenda 12: Marcos Mion diz que sucesso é resultado de bom elenco e parceria da produção
Primeiro mês do programa ficou atrás apenas das edições 1 e 3
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Em um ano bastante atípico para as produções artísticas, os reality shows se consolidam como uma das principais atrações de 2020. Após o sucesso do Big Brother Brasil 20 (Globo), agora é a vez de A Fazenda 12 (Record) mostrar a sua força, com audiência elevada, elevado engajamento nas redes sociais e, por vezes, abocanhando a liderança da TV aberta.
Em seu primeiro mês, o reality rural teve 12,5 pontos de audiência na Grande SP (cada ponto do Kantar Ibope equivale a 74 mil domicílios), o que corresponde a um crescimento de quatro pontos em relação a 2019. Considerando toda a história do programa, só a primeira e a terceira edição tiveram desempenho melhor no primeiro mês, com 14 pontos cada uma.
Agora, já perto de completar seu segundo mês de exibição, A Fazenda pode elevar ainda mais esse índice. O balanço dos 50 primeiros episódios, completados no dia 27 de outubro, mostrou que a média era de 13 pontos, além de garantir 983 minutos de liderança para a Record, que pela primeira vez superou The Voice Brasil (Globo).
Para Marcos Mion, apresentador do programa pelo terceiro ano consecutivo, o sucesso da atual temporada é resultado de uma conjunção de fatores, que vão desde a pandemia, que ainda deixa parte da população em casa e interessada em entretenimento, até a escolha de um elenco que ele descreve como “acertado”.
"Não é simples montar um time. Não é só pegar os ‘mais famosos que conseguir’. Tem um equilíbrio a ser atingido. A convivência tem que ser um sistema equilibrado entre os mais explosivos, mais calmos, diferentes idades e origens. As pessoas não imaginam o quão tênue é a linha entre um acerto incrível e uma escalação que não rende tanto."
Além disso, Mion aponta a parceria entre ele e a equipe como um ponto de destaque nesta edição. "Já é o terceiro ano em que trabalhamos juntos, eu e a equipe responsável pela Fazenda. Já estamos naquele ritmo de sinergia total, confiança e aprendizado das duas últimas edições. Experiência faz diferença."
Se mantiver os bons índices, Record e Mion terão muito a comemorar em um ano em que o principal ponto de preocupação da temporada foram as medidas de segurança contra o novo coronavírus. Além do que vemos diariamente, que é Mion mais distante dos peões nas provas e eliminações, o apresentador diz que "mudou tudo" nos bastidores.
Até o momento, diz ele, nenhuma pessoa envolvida na produção do reality contraiu Covid-19. "É muita gente envolvida num projeto desse tamanho, e essas pessoas estavam acostumadas a trabalhar de uma forma. Mudar protocolos e exigir atenção para detalhes que não existiam é complicado. Até hoje não tivemos nem um caso registrado, isso é inacreditável. Mostra o comprometimento de todos."
ERROS E ACERTOS
Apesar de todos os pontos positivos, A Fazenda 12 acumula algumas polêmicas nas últimas semanas relacionadas à produção do programa. Dessa vez, porém, a emissora teve uma postura muito diferente da que vinha tendo em edições anteriores, ao esclarecer e até corrigir deslizes.
Os carros de som voltaram a mandar mensagens aos competidores em Itapecerica da Serra (Grande SP), assim como Biel foi visto lendo um bilhetinho escondido sob uma pilha de lenha. As duas situações, que já foram ignoradas pelo programa em edições anteriores, agora foram esclarecidas ou condenadas pela emissora.
No caso do carro de som, Mion explicou o ocorrido e criticou a atitude dos fãs de Mirella, responsáveis pela mensagem, o que não havia acontecido quando eles surgiram em A Fazenda 11. Já o bilhete flagrado com Biel, nada mais era do que parte da embalagem com dados do fornecedor da lenha, como mostrado na edição.
O beijo gay também voltou a ser polêmica nesta edição, mas com desfecho novo. O programa resistiu por semanas, mas no último sábado (31) mostrou o beijo entre Mirella e Stéfani Bays durante a festa da noite anterior. Os selinhos entre Mateus Carrieri, Juliano Ceglia e Cartolouco, ocorrido no início do programa, não chegaram a ir ao ar.
A situação mais grave, no entanto, foi a que envolveu a última roça do programa, sendo corrigida duas vezes. Primeiro, quando Biel violou as regras passando informações da Chama Vermelha a Victória, e depois, quando a produção contabilizou os pontos errados durante a Prova do Fazendeiro, que foi refeita.
Quem já acompanhava o programa sabe que problemas ou imprecisões nas provas não são novidades, mas sim a transparência por parte da emissora. Seja por pressão externa ou interna, Mion acabou se emocionando no programa da semana passada. “Os dias foram loucos, gente, eu não esperava”, afirmou ele, chorando.
O MATRIARCADO RUIU
Como já é de costume, A Fazenda 12 começou rodeada de expectativas e comparações com o BBB, principalmente após a edição história que o reality da Globo teve neste ano. E o elenco escolhido pelo diretor Rodrigo Carelli não decepcionou, pelo menos no início, quando o programa parecia se tornar um matriarcado.
Entre as caras e bocas de Lidi Lisboa, a boca suja de Jojo Todynho e as explosões de fúria de Raíssa Barbosa, o programa teve, em seu primeiro mês, quatro eliminações masculinas. Mesmo com divergências, as mulheres superaram por um tempo suas tretas, sejam elas por traições aqui fora ou pelo comando do fogão lá dentro.
O segundo mês, porém, fez essa balança mudar e já são agora três mulheres eliminadas: Carol Narizinho, Luiza Ambiel e Victória Villarim. E o matriarcado ruiu, dando lugar a uma discussão nova nos realities atuais. Acima do machismo, do racismo e da homofobia, a discussão da vez se tornou a saúde mental.
Raíssa Barbosa, que no início era vista como uma jovem destemperada que jogava água ou creme hidratante em desafetos, virou protagonista de debates, dentro e fora do programa, sobre a síndrome de Borderline –condição psicológica em que as pessoas vivem as emoções muito intensamente–, que ela já afirmou abertamente ter. O jogo se dividiu em torno dela: quem a protege e quem a confronta.
Foram duas semanas tensas até que a estratégia do confronto se mostrou ineficaz. Luiza e Victória tiveram que sair para que seus aliados, principalmente Mirella, percebessem o erro. Agora, o jogo começa a se remodelar. Sem grandes brigas, uma simples indicação para a baia pode ser motivo de declarações de ódio. Agora é assistir.