GloboNews não transmite CPI e perde para CNN
Canal opta por não exibir íntegra do depoimento de Mauro Cid e fica atrás na audiência
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Em uma decisão editorial, a Globo decidiu mostrar quase nada do depoimento de Mauro Cid à CPI do 8 de janeiro nesta terça-feira (11) na GloboNews. A emissora não queria dar palco para mentiras ou ataques à democracia que poderiam ser feitos por deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Quem se beneficiou com isso foi a CNN Brasil, que chegou a liderar na TV paga por minutos durante a tarde.
A reportagem apurou que a tática já havia sido adotada em depoimentos de outras comissões. A GloboNews não quis ser "palco" para parlamentares polêmicos aparecerem e divulgarem suas ideias. O Estúdio i, apresentado por Andréia Sadi, decidiu apostar em uma entrevista com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. Deu certo, e o programa chegou a pico de 1 ponto na Ibope PNT (Painel Nacional de Televisão), segundo dados obtidos pelo F5.
Entre os parlamentares que estavam no local e ligados à direita, que a Globo temia que atacassem a democracia ou falassem mentiras ao vivo, estão Magno Malta (PL-ES), Marco Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A GloboNews optou por flashes comentados durante a programação.
No caminho oposto, a CNN Brasil decidiu mostrar a íntegra da sessão com Mauro Cid, inclusive discursos de titulares e suplentes da comissão. Com isso, o canal de notícias concorrente à Globo conseguiu chegar a liderança e vencer a GloboNews por alguns minutos, com picos de 0,7 ponto no Ibope.
A CNN Brasil já tinha esse expediente em outras CPIs importantes, como a que investigou os problemas do governo Jair Bolsonaro (2019-2022) durante a pandemia de Covid-19. A Jovem Pan mostrou trechos da CPI ao vivo, mas intercalava com outras notícias ao vivo.
Mauro Cid foi fardado ao depoimento na CPI do 8 de janeiro e disse, desde o início, que iria ficar calado. "Sou investigado pelo Poder Judiciário, até onde tenho conhecimento, em pelo menos oito investigações criminais. As investigações que recaem sobre minha pessoa vão além do escopo dos autos dos atos que envolvem os tristes episódios de 8 de janeiro", disse o tenente-coronel.