'Coração sangrando, vontade de chorar', diz Galvão Bueno após eliminação do Brasil
Narrador se emociona ao se despedir da seleção brasileira na Copa do Mundo
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Galvão Bueno não conseguiu esconder a decepção -e a emoção- com o fim do sonho de narrar o hexacampeonato do Brasil na Copa do Mundo do Qatar. A eliminação da seleção nas quartas de final pareceu ser um duro golpe no narrador, que lamentou a derrota para a Croácia nos pênaltis na tarde desta sexta-feira (9).
"O coração está sangrando, vontade de chorar, mas futebol é assim", assumiu Galvão para os comentaristas Júnior, Ana Thaís Campos e Roque Junior, ao fim da transmissão da partida. "A Copa continua, mas não como eu gostaria", completou.
A frase "a Copa continua", aliás, virou um mantra na transmissão da Globo, aparentemente preocupada com a queda de audiência com a eliminação do Brasil no Mundial.
O narrador reforçou a sua despedida da função. "Me despeço da seleção brasileira nesta Copa do Mundo. Obrigado pelo carinho, pela audiência. Faço questão de sempre dizer uma coisa: Uma vitória no futebol não resolve nada. As coisas continuam acontecendo no mundo, que o mundo possa continuar melhorando", disse Galvãor.
O tom de Galvão em seu discurso, logo após a derrota nos pênaltis para a Croácia, era de quem está dando adeus, depois de 40 anos à frente da equipe da emissora nos mundiais. "Vivi todas as emoções que deveria. Em 13 Copas do Mundo, narrei três finais. Três títulos. Faz parte do jogo. Você sempre joga contra adversários de alto nível. Mas foram 53 jogos, 74 gols que a seleção marcou. Vivi todas as emoções de seleção brasileira em Copa do mundo, mas confesso como torcedor, ninguém esperava essa derrota".
Galvão trabalhou em nove Copas do Mundo. A estreia aconteceu em 1982, na Globo, mas ele ainda não era o narrador principal, cargo ocupado à época por Luciano do Valle e, na edição de 1986, por Osmar Santos. Em 1990, assumiu a titularidade da função. O narrador chegou a sair da emissora em 1992, mas voltou no ano seguinte, para se transformar na voz do tetra, em 1994, e do penta, em 2002.